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Regenera Cerrado nasceu a partir da busca por conhecimento sobre agricultura regenerativa

Terceira da esquerda para direita, Marion Kompier recebe pesquisadores do projeto na fazenda Brasilanda.

Buscar conhecimento sobre técnicas de agricultura regenerativa foi um dos primeiros passos da produtora Marion Kompier na trajetória que foi decisiva para o início do Projeto Regenera Cerrado. Marion, juntamente com seus pais e irmãos, conduz a fazenda Brasilanda, uma das 12 propriedades parceiras no projeto, onde produz soja, milho e sorgo, além de criar gado para produção leiteira.

Em fase de transição da agricultura convencional para a regenerativa, a fazenda Brasilanda adota, dentre diversas práticas sustentáveis, plantio direto com sucessão de soja e milho, uso de composto orgânico, aplicação de biológicos para controlar doenças, nematoides e insetos, culturas de cobertura multiespecífica e inoculação de solos com microrganismos.

A cama de gado leiteiro criado em confinamento na propriedade passou a ser utilizada na compostagem que serve de adubo para a lavoura. Neste ano, o milho passou a ser cultivado em consórcio com mix de plantas, o que traz benefícios como cobertura de solo, além de promover a biodiversidade e a microbiologia do solo.

Marion observa que a diminuição gradativa do uso de defensivos químicos, além de contribuir para recuperar o solo e produzir um grão mais saudável, é um fator importante na redução dos custos da fazenda. “Na safra 2021/2022, tivemos uma redução dos custos de produção de 60 sacas para 45 sacas por hectare”, destaca.

Na busca por informação sobre agricultura sustentável, ela se aproximou de outros produtores da região no entorno de Rio Verde, em Goiás, que já desenvolvem a agricultura regenerativa ou estão interessados em implantar o sistema.

De acordo com ela, durante um evento do GAAS (Grupo Associado de Agricultura Sustentável), houve a aproximação entre o grupo de produtores que adotam práticas mais sustentáveis e o Instituto Fórum do Futuro (IFF), entidade que percebeu o potencial da região para a promoção da produção sustentável e fez a ponte com as instituições de pesquisa que passaram a integrar esse movimento em prol da agricultura regenerativa.

“Em 2021, fizemos um vídeo contando um pouco dessa trajetória e da nossa inquietação com um modelo de agricultura que usa muitos insumos e defensivos químicos. Esse vídeo chegou até a Cargill que, após a consolidação do projeto e alguns contatos e visitas da equipe de sustentabilidade da companhia às fazendas, passou a ser a patrocinadora do projeto”, relembra a produtora.

Aproximação entre pesquisadores e produtores

A ideia do vídeo foi uma sugestão do Instituto Fórum do Futuro, organização que teve papel fundamental na articulação entre os produtores e as instituições de pesquisa. Há cerca de três anos, um grupo de pesquisadores já participavam das discussões dos Núcleos Centrais de Controle Biológico e de Ativos Ambientais do IFF.

“Nosso objetivo sempre foi discutir alternativas sustentáveis para a agricultura brasileira, em vista de uma constante preocupação dos consumidores, no Brasil e no mundo, com a conservação do meio ambiente e produção sustentável de alimentos”, afirma Dra. Eliana Fontes, pesquisadora do CENARGEN (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), que foi uma das primeiras pesquisadoras a integrar os Núcleos Centrais de Controle Biológico e de Ativos Ambientais do IFF.

Conforme explica Dra. Eliana, a aproximação entre as instituições de pesquisa e o grupo de produtores na região de Rio Verde, que vinham adotando práticas agrícolas que promovem a redução de insumos químicos e aumento da sustentabilidade da agricultura, foi uma sugestão do Presidente do IFF, Professor Alysson Paulinelli. Com isso, produtores e pesquisadores passaram a conversar e se organizar.

“Sob o comando do Gerente Executivo do Fórum, Fernando Barros, e o Gerente de Pesquisas do GAPES, Túlio Gonçalo, foram organizadas várias reuniões entre pesquisadores dos Núcleos Centrais e cerca de dez agricultores do GAPES e GAAS. Após algumas reuniões, acordamos sobre o escopo do projeto”, lembra a pesquisadora.

De acordo com ela, após a definição do escopo do projeto, o vídeo apresentado pela produtora Marion foi decisivo para dar luz ao Regenera Cerrado e sensibilizar potenciais patrocinadores.

Sobre o projeto

O Regenera Cerrado tem como objetivo disseminar técnicas de agricultura regenerativa, respaldadas cientificamente e que sirvam de exemplo escalável de produção de soja e milho para o Brasil e para o mundo.

Criado no Instituto Fórum do Futuro, em 2022, o Regenera Cerrado conta com o patrocínio da Cargill, execução operacional do Instituto BioSistêmico (IBS) e parceria de 10 instituições nacionais e 12 fazendas da região no entorno do município de Rio Verde, no sudoeste de Goiás.

As instituições parceiras no projeto são a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (GAPES), o Instituto Federal Goiano, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de Brasília (UnB).

Para mais informações, acesse o site do Instituto Fórum do Futuro!

 

 

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