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ATER do IBS contribui para o desenvolvimento da produção sustentável na Ecovila Bom Lugar

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Localizada em Pedro de Toledo no Vale do Ribeira em São Paulo, a Ecovila Bom Lugar começou a se formar em 2015, com a chegada da primeira família ao terreno de cerca de 100 hectares. Atualmente, 25 famílias estão envolvidas nesta comunidade, das quais seis moram no local, que recebe o atendimento de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do Instituto BioSistêmico (IBS) desde 2019 no Projeto Conexão Mata Atlântica.

“Fizemos uma compra coletiva do terreno e a ecovila e sua estrutura usam cerca de 4 hectares, o restante é área de preservação ambiental. Nossa comunidade é formada por professores, ambientalistas, artistas e agricultores”, relata Edmar Angelo Folguerar, integrante da ecovila.

Edmar explica que as famílias procuram viver dentro das premissas da permacultura e uma delas consiste em produzir e vender o excedente. Os rendimentos da comunidade provêm de trabalhos variados, como bioconstrução, produção agroecológica e jardinagem”, complementa.

“O projeto Conexão Mata Atlântica nos ajuda a acelerar o tempo para chegarmos a ter este excedente. Com o suporte do projeto já conseguimos produzir mel e própolis, por exemplo, para o nosso consumo e logo teremos o excedente para vendermos”, adianta.

PSA e Protocolo de Transição Agroecológica

Ao iniciar os atendimentos do Conexão Mata Atlântica à Ecovila Bom Lugar em 2019, a equipe do Instituto BioSistêmico elaborou o plano de ação do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) que incluiu a implementação de áreas de Sistemas Agroflorestais (SAF) biodiversos, que têm desde abacaxi a guanandi, espécie usada para madeira. Atualmente, a comunidade dispõe de uma área de 3,8 hectares de agrofloresta.

“Os sistemas agroflorestais são alternativas econômicas viáveis para aliar a preservação ambiental com a geração de renda. São capazes de produzir diversidade de alimentos, respeitando os ciclos naturais da floresta. Para a Mata Atlântica, está forma de cultivo reduz a pressão do desmatamento em novas áreas de floresta”, destaca a engenheira florestal Thais Lima, coordenadora das atividades do IBS no Projeto Conexão Mata Atlântica.

De acordo com Thais, a Ecovila Bom Lugar está inserida na certificação através do Protocolo de Transição Agroecológica, além do PSA. “O certificado do Protocolo de Transição Agroecológica garante que a propriedade está livre do uso de agrotóxicos e realiza as práticas sustentáveis de produção. O protocolo é um certificado do Estado, oferecido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento”, explica.

Assistência Técnica e Extensão Rural do IBS

Os produtores da Ecovila são constantemente acompanhados pela equipe de ATER do Instituto BioSistêmico que atua no projeto. Participam de capacitações voltadas à realidade da comunidade para que possam desenvolver as atividades planejadas visando melhoria no sistema de produção.

Ao ingressarem no Conexão Mata Atlântica, as famílias passaram a ter um melhor planejamento da produção, com incremento da diversidade de espécies cultivadas e dos produtos. Ampliaram o cultivo de hortaliças, formaram um viveiro de mudas, passaram a criar abelhas sem ferrão e cultivar cacau, guanandi, entre outras espécies.

“O apoio dos técnicos é totalmente positivo porque como estamos em transição da cidade para o campo essa ajuda é fundamental para nortear nossos passos. Aprendemos sobre podas, adubação, em tudo os técnicos nos auxiliam e a partir de nossa convivência e amizade vamos juntos encontrando outros caminhos possíveis. O projeto nos traz muitas informações pertinentes além de abrir oportunidades de troca de experiência e intercâmbio com outros produtores atores dentro do ciclo produtivo agroecológico”, ressalta Edmar.

Comercialização de produtos agroecológicos

Ele afirma que por meio do Conexão Mata Atlântica, a comunidade adquiriu uma despolpadeira e um freezer. Dessa forma, os produtores passaram a produzir e armazenar polpa de Assaí de Jussara, goiaba e outras frutas da Mata Atlântica.

Para os produtores da Ecovila Bom Lugar, benefícios como esses contribuem para acelerar e viabilizar a venda dos produtos, além de permitirem uma comercialização mais eficiente. Em 2022, as famílias passaram a comercializar produtos agroecológicos numa feira de produtores em Peruíbe.

Sobre o projeto

Projeto de recuperação e proteção dos serviços do clima e da biodiversidade do corredor sudeste da Mata Atlântica brasileira, o Conexão Mata Atlântica é desenvolvido pela Fundação Florestal e pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) no Estado de São Paulo. A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) está à frente da gestão dos recursos e o financiamento é do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com recursos do Global Environmental Fund (GEF).

Desde 2018, o Instituto BioSistêmico executa a assistência técnica e extensão rural do projeto, na região do entorno do Parque Estadual Serra do Mar – NITA. Nesta região, são atendidos cerca de 360 produtores nos municípios de Itariri, Miracatu, Pedro de Toledo e Peruíbe, abrangendo uma área de 69.968 hectares.

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