Promover a troca de experiências e aperfeiçoar o conhecimento sobre comercialização e gestão de empreendimentos entre produtores atendidos pelo Projeto Conexão Mata Atlântica na região do Núcleo Itariru do Parque Estadual Serra do Mar (PESM-NITA), no Estado de São Paulo. Foi com esse objetivo que a equipe do projeto juntamente com o Instituto BioSistêmico (IBS) organizou uma excursão para que beneficiários dessa região pudessem conhecer a Coopafasb, localizada no município de Sete Barras, no Vale do Ribeira em São Paulo.
A excursão foi realizada no dia 31 de outubro e contou com a participação de 15 beneficiários do Conexão Mata Atlântica atendidos pelo IBS na região do PESM-NITA. No período da manhã, eles acompanharam o beneficiamento de palmito pupunha, que é um dos produtos comercializados pela cooperativa, observando desde a recepção até o processamento. No período da tarde, assistiram a uma apresentação sobre gestão, cooperativismo, economia solidária e comercialização.
“Essa atividade faz parte da capacitação de agricultores para a cadeia de valor sustentável, uma vez que processos de comercialização gerados pelas ações do projeto são impactos positivos do trabalho de assistência técnica para produção sustentável na região”, explica Thais Lima, coordenadora das atividades do IBS no Projeto Conexão Mata Atlântica.
Ela acrescenta que o conhecimento proporcionado sobre economia solidária e organização de produtores abriu novos caminhos para que os beneficiários do projeto possam pensar as práticas de comercialização dos respectivos grupos.
“Os produtores tiveram um excelente aproveitamento desse intercâmbio de conhecimento e após a avaliação sobre a atividade apontaram diversos elementos que podem utilizar nos grupos formais ou coletivos que participam”, destaca Thais.
Repercussão entre os produtores
Parte dos beneficiários que participaram da excursão estão inseridos na Associação dos Empresários Rurais de Pedro de Toledo, e possuem uma agroindústria em fase final de construção.
Para o produtor Gerson de Oliveira, que integra a associação de Pedro de Toledo, a visita foi uma oportunidade de aprendizado para que eles possam trilhar uma trajetória bem-sucedida e num futuro próximo passar de associação para cooperativa.
“Considero que essa experiência vai trazer resultados na individualidade dos nossos sócios, nos quesitos participação, comprometimento e responsabilidade. E no coletivo devemos seguir os passos da diretoria da Coopafasb, que desenvolve um trabalho com muita seriedade, dinamismo e transparência”, afirma o produtor.
Para a produtora Marilene da Silva, do Sítio do Pica-Pau no município de Itariri, a excursão ampliou sua perspectiva de como pode ser feito o beneficiamento do palmito pupunha, por exemplo.
“Estou me dedicando à comercialização de palmito pupunha, mas só vendia as hastes, de forma rudimentar. Durante a visita, aprendi que posso processá-lo, o que me chamou atenção para o palmito em lâminas para lasanha e em formato de espaguete. Gostei também da forma de entrega dos produtos, todos embalados corretamente”, relata a produtora.
Marilene considera que é fundamental aprender com pessoas que já passaram pelas mesmas dificuldades que ela enfrenta e perceber que existem caminhos possíveis para superar os desafios. “Espero ter outras experiências como essa e sou imensamente grata por fazer parte do Conexão Mata Atlântica, pois aprendo muito a cada dia com os técnicos do projeto”, afirma.
Sobre o Projeto Conexão Mata Atlântica
O Conexão Mata Atlântica é um projeto de recuperação e proteção dos serviços do clima e da biodiversidade do corredor sudeste da Mata Atlântica brasileira. No Estado de São Paulo, é desenvolvido pela Fundação Florestal e pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF).
Desde 2018, o Instituto BioSistêmico executa a assistência técnica e extensão rural do projeto, na região do entorno do PESM-NITA. Nesta região, são atendidos 310 produtores nos municípios de Itariri, Miracatu, Pedro de Toledo e Peruíbe, abrangendo uma área de 69.968 hectares.