Destacar o papel da mulher na pecuária leiteira foi o principal objetivo do encontro realizado pelo Programa Saber Dá Leite, na manhã do dia 31 de março, na sede da Cooperativa dos Produtores Familiares de Leite da Região Noroeste, no município de Promissão/SP. Desenvolvido pela Zoetis em parceria com a SEI Assessoria em Sustentabilidade e com execução do Instituto BioSistêmico (IBS), o programa atende produtores de leite associados da Cooplenor.
Em homenagem ao mês da mulher, o evento reuniu para uma roda de conversa um grupo de produtoras de leite e mulheres que atuam no campo das ciências agrárias e biológicas. Na ocasião, foi servido café da manhã com bolo e pães produzidos por mulheres de assentamentos da região. Também houve um momento de cuidados e beleza, com corte de cabelo gratuito para as produtoras.
A roda de conversa contou com a participação da Universidade de Marília, representada pela professora Letícia Peternelli e pela médica veterinária Marina Grandi, além do Instituto Biológico, representado pela médica veterinária Alessandra Nassar e pela bióloga Vanessa Castro, ambas pesquisadoras do instituto. Representando o IBS, as médicas veterinárias Daniela Rosa e Isabele Aiello também contribuíram para troca de conhecimento e fizeram a mediação da conversa.
“Antigamente não tinha muito espaço e hoje a maioria das propriedades é comandada por mulheres que têm iniciativa, coragem, força de vontade para desempenhar um excelente trabalho na atividade leiteira”, destaca a médica veterinária Alessandra Nassar.
De acordo com ela, as mulheres desempenham com eficiência atividades variadas na produção leiteira, que exigem atenção e cuidado, em áreas como gestão dos custos, boas práticas de ordenha, manejo dos animais.
“Gostei muito desse encontro e do contato com outras mulheres produtoras de leite. Foi uma oportunidade de ganhar conhecimento para abrir novos caminhos e crescer”, afirma a produtora Maria Aparecida Bonfim.
No sítio da família, Maria cuida da ordenha das vacas, da alimentação do rebanho e já chegou até a fazer parto de vaca.
Para a produtora Adelina Aparecida dos Santos, a programação foi muito proveitosa e serviu para tirá-la da rotina. “É sempre bom participar de momentos como esse, de conversa, troca de experiências. Isso nos incentiva a fazer coisas novas, a seguir melhorando no caminho certo”, ressalta.
Protagonismo Feminino
A presença da mulher no agronegócio é cada dia mais expressiva. No Brasil, atualmente, as mulheres administram mais de 30 milhões de hectares, o que corresponde a cerca de 8,4% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no país. Os dados são de estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em conjunto com a Embrapa e o IBGE.
Na pecuária leiteira, não tem sido diferente. A evolução no modo de produzir leite, com avanços como a mecanização da ordenha e melhorias no manejo com o gado, tem aberto cada vez mais espaço para a participação das mulheres na atividade leiteira.
“A produção leiteira deixou de ser uma tarefa puramente braçal e evoluiu para um ambiente de tecnologia nas ordenhas, na produção de alimentos e no cuidado sanitário de um curral. Isso abriu espaço para a participação das mulheres e de toda família na atividade”, observa João Paulo Altenfelder, Sócio-Gestor da SEI Assessoria em Sustentabilidade.
João Paulo, que atuou na organização do evento junto com a equipe do IBS, destacou a importância de levar conhecimento para as produtoras com exemplos de outras mulheres de diferentes lugares do Brasil.
De acordo o presidente da Cooplenor, Paulo Mioto, o quadro gestor da organização conta com quatro mulheres que desempenham um papel fundamental na gestão da cooperativa. Ele acrescenta que eventos como esse contribuem para elevar a autoestima das produtoras que desempenham um importante papel na condução do negócio familiar.