Conhecer a qualidade e o potencial de venda do café produzido, hoje, é uma realidade para os cafeicultores que fizeram parte do Programa de Promoção da Agricultura Familiar Sustentável na Cadeia Produtiva do Café da Chamada Pública 08/2013 da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário. Esse é um dos maiores legados desse programa, executado pelo Instituto BioSistêmico (IBS) durante três anos, que levou assistência técnica e extensão rural de qualidade para cerca de 600 famílias de agricultores familiares do Estado de São Paulo.
Durante os meses de março e abril, foram realizadas as avaliações finais do programa, nas quais os agricultores foram ouvidos. Mais de 60% dos produtores disseram que adquiriram um maior conhecimento sobre a qualidade e potencial de venda de seus produtos, podendo buscar negociações para um preço diferenciado pelo seu café. Em média, 90% dos produtores colocaram em prática as orientações passadas pela equipe e melhoraram os resultados nas lavouras.
O trabalho executado pela equipe do IBS durante três anos foi realizado nas seguintes etapas: organização dos agricultores, gestão da unidade de produção familiar e comercialização, produtividade, qualidade do produto final, preparação para certificação e adequação ambiental. A partir das atividades voltadas à produtividade e à gestão da atividade cafeeira, os produtores passaram a ter um planejamento mais eficiente com base no calendário fenológico do café, o que melhorou o desempenho de cada etapa do manejo, como adubação, poda, colheita, entre outras etapas.
“Os produtores perceberam que conseguiram alcançar melhores resultados depois de começarem a fazer análise de solo e os ajustes nutricionais na lavoura. Além disso, o manejo de pragas e doenças com maior intensidade levou a um ganho de produtividade. A interação alcançada entre o técnico, o produtor e suas famílias durante as visitas técnicas individuais possibilitou a troca de saberes e consequente mudança de hábitos diários que resultou em um manejo mais sustentável da atividade cafeeira”, destacou o técnico ambiental Júnior Viana que apoiou na coordenação do projeto.
De acordo com Viana, o sentimento da equipe foi de dever cumprido ao final deste importante ciclo de trabalho, pois os técnicos souberam superar os desafios e conseguiram instruir os produtores, colaborando para o desenvolvimento sustentável das unidades de produção familiar com melhoria da produtividade e da qualidade do café. “Esse programa foi o primeiro na região voltado para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do café e a sua execução com a participação de cerca de 600 famílias já foi um grande avanço para a região, onde os cafeicultores não costumavam ser assistidos de forma tão direta”, acrescentou.
Sobre o programa
O trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural do IBS foi desenvolvido por meio de planejamento, execução e avaliação de atividades individuais e coletivas, com foco no desenvolvimento sustentável das propriedades. O programa abrangeu os municípios de Águas da Prata, Amparo, Caconde, Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Itapira, Monte Alegre do Sul, Santo Antônio do Jardim, São Sebastião da Grama, Serra Negra e Socorro. Esses municípios estão na Região da Mogiana, onde se encontra um dos melhores cafés de altitude do Estado de São Paulo.
