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Produção de queijo coalho surge como alternativa diante da crise causada pela pandemia da Covid-19

Registro feito no início deste ano: Equipe de funcionários da fazenda juntamente com Franciso Higor (Segundo da esquerda para direita) e seu filho à direita.

Registro feito no início deste ano: Equipe de funcionários da fazenda juntamente com Franciso Higor (Segundo da esquerda para direita) e seu filho à direita.

Em meio a cenários de dificuldades, podem surgir boas oportunidades e é preciso estar atento para perceber e buscar novos horizontes. Foi pensando dessa forma que o engenheiro civil Francisco Higor Moura Bezerra se reinventou quando, em função da pandemia da Covid-19, precisou suspender temporariamente as atividades da sua empresa de construção, instalada em Natal no Rio Grande do Norte, onde reside com a família. Literalmente, Higor arregaçou as mangas e resgatou uma atividade que era tradição na família, mas esteve adormecida nas últimas gerações. Ele começou a produzir queijo coalho na Fazenda Riacho da Ramada, localizada no município de Angicos, no sertão potiguar.

Nessa fazenda, Francisco Higor e o pai dele, o funcionário público João Elias Bezerra, criam gado leiteiro das raças Gir, Girolando, além de alguns animais mestiços. Para os dois, a pecuária foi um hobby durante muitos anos, até que a partir de 2018, eles começaram a investir no melhoramento genético do rebanho e passaram a vislumbrar a atividade como um negócio. Como parte desse processo, em 2019, eles aderiram ao Projeto Leite e Genética, iniciativa desenvolvida pelo Sebrae/RN que conta com a execução do Instituto BioSistêmico (IBS).

De acordo com o produtor, o rebanho é composto de aproximadamente 80 animais, a produção de leite está em cerca de 6 mil litros por mês e a fazenda já começou a comercializar animais geneticamente melhorados. “Com o ingresso no programa houve de imediato valorização comercial do nosso rebanho, até nossas vacas mestiças ganharam valor agregado. E com a aquisição de vacas já melhoradas geneticamente também aumentamos nossa produção de leite”, afirma.

Atendimento do IBS pelo Leite e Genética realizado no mês de maio. Técnico e produtor protegidos por máscara.

Atendimento do IBS pelo Leite e Genética realizado no mês de maio. Técnico e produtor protegidos por máscara.

Entre os pacotes de serviços do Leite e Genética contratados para a fazenda Riacho da Ramada, estão o CRIATF, programa de reprodução inteligente executado pelo IBS que utiliza a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). “Nossa expectativa é muito boa. Neste ano, começaram a nascer os primeiros bezerros de IATF, todos animais de excelente qualidade”, relata o produtor. Ele considera o projeto de extrema importância por facilitar o acesso a tecnologias de reprodução, à vacinação contra brucelose, além do acesso a orientações para melhoria da qualidade do leite, da nutrição e da sanidade animal.

Queijo com leite de qualidade

Em relação à qualidade do leite, o produtor e sua equipe de funcionários da fazenda comemoram os excelentes resultados alcançados. Em recente análise do leite, o CBT (Contagem Bacteriana Total) deu 7.000 UFC/mL. Para se ter uma ideia do que isso representa, IN 76, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, estabelece o valor máximo permitido de 300.000 UFC/ mL.

“Nós seguimos todas as orientações de boas práticas de ordenha passadas pelos técnicos do IBS. Adotamos o pré e pós-dipping para eliminar os casos de mastite e a limpeza das ordenhadeiras é minuciosa, feita antes e depois de cada ordenha. Minha equipe – composta pelo José Fabio de Oliveira Silva, José Roberto da Silva e Raimundo Mateus Nunes – é muito competente e está de parabéns. Sem o comprometimento deles em colocar em prática as orientações dos técnicos, ficaria difícil alcançar resultados tão expressivos”, destaca.

No mês de março, Francisco Higor deu início à produção de queijo coalho, que é um dos produtos típicos do sertão potiguar e que tem mercado garantido na capital, Natal, onde a produção tem sido vendida. “É muito gratificante produzir um queijo com leite num padrão de primeiro mundo. Isso é qualidade e segurança para quem consome nosso produto”, garante.

Segundo o produtor, enquanto a pecuária era um hobby, os investimentos foram maiores que o retorno financeiro. Em 2020, começaram a aparecer os resultados das mudanças iniciadas em 2018 para tornar a atividade um negócio, e foi a partir da venda do queijo coalho que o retorno financeiro passou a ser mais expressivo.

Para ele, a produção de queijo, muito além de agregar valor ao leite que antes era vendido para um laticínio da região, representa um novo caminho diante de um momento de crise. Ele pondera que, de março até o momento, os primeiros passos foram dados, mas sabe que há muitos desafios pela frente. Disposição é o que não falta e ele tem dado algumas aulas de produção de queijo para o seu primogênito, Gabriel Moreira Moura Bezerra, garantido a continuidade de uma tradição da família para uma próxima geração.

Como aderir ao Leite e Genética!

O período de adesões ao Leite e Genética foi prorrogado e seguirá até o dia 30 de junho. Como o atendimento presencial do Sebrae nos escritórios ainda está suspenso em função da pandemia, os produtores interessados podem ligar nos seguintes telefones para dar início ao processo de adesão: (84) 99603-4337, (84) 99962-3022, (83) 99919-0075 ou acessar a landing page do projeto. Acesse aqui a landing page!

Os pacotes de serviços contam com Fertilização In Vitro – FIV (catálogo com 50 touros – 15 raças bovinas), Inseminação Artificial por Tempo Fixo IATF (catálogo de 80 touros – 15 raças bovinas), diagnóstico reprodutivo com ultrassom, análise do leite, além de vacinação de bezerras contra brucelose. Os atendimentos contam com 70% de subsídio do Sebrae, ou seja, produtor irá custear apenas 30% do valor dos pacotes de serviços.

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