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Nutrição e manejo são decisivos para bovinocultura no semiárido potiguar

Projeto Leite e Genética

Natal – Não há fórmulas ou estratégias mirabolantes para aumentar a produtividade dos rebanhos bovinos em pequenas propriedades do semiárido nordestino, senão um bom manejo e alimentação balanceada. Esses são os principais fatores para se obter resultados melhores e mais expressivos, na avaliação do coordenador técnico para a regional Nordeste do Instituto BioSistêmico (IBS), o médico veterinário Luiz Sartori. Para o especialista, é preciso melhorar a nutrição e a estrutura de manejo nos currais potiguares, onde ainda há um grande déficit nesses quesitos.

“É necessário fazer a adequação das estruturas de acordo com o sistema de manejo e reverter a queda nutricional muito acentuada no período de verão daqui. Não são todos os produtores que se programam para essa parte nutricional e isso faz toda a diferença nos resultados”, enfatiza Luiz Sartori. Ele abordou o tema ‘Melhoramento Animal e Genética para o Semiárido” no dia 8 de julho, dentro da programação técnica da Exposição Virtual Agropecuária do Rio Grande do Norte (Expo Virtual), que foi transmitida online pelo canal do Governo do Estado no YouTube. O evento é promovido pelo Governo, através da Secretaria Estadual de Agricultura,Pecuária e Pesca (Sape),  juntamente com o Sebrae no Rio Grande do Norte e Sistema Faern/Senar.

Luiz Sartori – Veterinário do IBSLuiz Sartori está à frente da execução dos atendimentos do projeto Leite & Genética do Sebrae-RN, que difunde técnicas reprodutivas, como inseminação artificial e fertilização in vitro, de forma subsidiada a pequenos produtores para melhorar o padrão genético do rebanho bovino potiguar. E por isso, tem propriedade para analisar a situação dos currais do Rio Grande do Norte. O especialista pondera, no entanto, que o estado tem vantagens também para o desenvolvimento da atividade. Uma delas é a baixa umidade, principalmente relacionado aos rebanhos leiteiros. “Alta umidade constante para esses rebanhos causa algumas infecções sanitárias, que diminuem as taxas reprodutivas”, constata. Por outro lado, o calor excessivo nos principais polos produtores, notoriamente no Seridó, representa também uma desvantagem. “Esse estresse térmico diminui as taxas reprodutivas. Mas, se o animal tem um sombreamento adequado, alguma estrutura que faça minimizar esse problema térmico, é completamente contornável”, explica.

Especialista defende a melhoria da nutrição e manejo dos rebanhos para produtores obterem resultados expressivos. Foto: Canindé Soares

Luiz Sartori defende a melhoria da nutrição e manejo dos rebanhos para produtores obterem resultados expressivos. Foto: Canindé Soares

Melhoramento genético

Sobre as particularidades desse processo de melhoramento genético, o veterinário destaca: “Com certeza há particularidades, mas, de maneira geral, o melhoramento é feito da mesma forma no país inteiro. Mas há especificidades regionais por uma questão de manejo e de clima”, avalia Sartori, lembrando que no RN, devido ao clima, os animais necessitam de maior resistência ao calor.

“Esse estresse térmico no Nordeste é maior do que em outras regiões. Por isso, precisamos de animais que tenham conversão alimentar de forma mais eficiente para poder comer, ingerir matéria orgânica, matéria verde às vezes de baixa qualidade, e, mesmo assim, fazer uma metabolização e conseguir produzir”, atesta. A palestra sobre o tema está disponível no mesmo canal no YouTube.

As alternativas para o semiárido foram o tema central do webinar realizado no dia 9 de julho, na programação da Expo Virtual. Foram apresentadas iniciativas e casos de sucesso que podem inspirar outros produtores a aumentar a rentabilidade de uma propriedade instalada no semiárido. Foram apresentados os casos da Linguiça Artesanal Sertaneja, da Rapadura Batida, as galinhas e ovos caipiras e o algodão colorido. O gestor do projeto setorial de Turismo do Sebrae-RN, Yves Guerra,  apresentou as vantagens do turismo rural e como é possível tornar uma fazenda um atrativo turístico e aumentar a renda. O mediador do webinar foi o diretor Técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti.

A 1ª Exposição Agropecuária Virtual do Rio Grande do Norte conta com o apoio da Emparn, Idiarn, Anorc, Ancoc, ACLAP, ASSERC, ACOSC, ANQM, núcleos de criadores, agentes financiadores do Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Agência de Fomento do RN – AGN, além da divulgação do Programa Cheiro da Terra.

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