Para quem chega ao sítio de 36 hectares do casal de empresários Raimundo Queiroga Neto e Salmira Queiroga, em Pombal, no Sertão da Paraíba, fica difícil de acreditar que a propriedade tenha saído da estaca zero há cerca de dois anos. Os piquetes irrigados com pasto verdejante, um rebanho sadio e vistoso, com vacas leiteiras consideradas de qualidade. “Nada disso existia antes da consultoria do Sebrae e do IBS”, garante Raimundo Queiroga que teve o sítio atendido Projeto de Desenvolvimento Setorial do Agronegócio da agência regional do Sebrae de Pombal- PB.
De setembro de 2011 a dezembro de 2013, um grupo de 30 produtores de leite do Sertão Paraibano fez parte desse projeto desenvolvido pelo Sebrae/PB e executado pelo IBS. Os produtores recebiam o atendimento do Rufião Móvel (monitoramento reprodutivo), do Vaca Móvel (qualidade do leite) e de gestão (manejo nutricional e de rebanho, além de orientação sobre despesas e receitas).
Na propriedade de Raimundo Queiroga, os consultores do IBS fizeram a estruturação de volumoso, o plantio dos capins Mombaça e Tanzânia em áreas onde foram implantados piquetes para pastejo rotacionado. “Eles tinham apenas cinco animais e nossa estratégia foi garantir a alimentação para o gado. Foram incluídos no CRIATF para inseminação das vacas e passaram a adquirir matrizes de boa genética com nosso acompanhamento técnico. Hoje, eles têm um rebanho de qualidade excepcional”, relata o coordenador do IBS Nordeste, Fernando Gomes.
A ideia de iniciarem na atividade partiu da necessidade de fornecerem leite para a fábrica de pizza de propriedade da família. “A massa da nossa pizza leva muito leite no preparo. Nós tínhamos algumas vacas no sítio, mas tirávamos leite apenas para o consumo próprio. Passamos a levar a sério a produção leiteira para reduzir nossos custos na fábrica”, explica Salmira Queiroga.
Dessa forma, além de obter o precioso ingrediente para as pizzas, o casal se profissionalizou e percebeu que o sítio também poderia ser uma boa fonte de renda com a produção leiteira. “Chegamos a produzir 200 litros de leite com 15 vacas em lactação. Reduzimos os custos da fábrica e vendemos o excedente da produção. Saímos do faturamento zero e passamos a ter uma renda semanal”, comemora o empresário.
O casal reconhece o papel fundamental do trabalho realizado pelos consultores do projeto, com as unidades móveis. O leite produzido atingiu bons índices de qualidade com o Vaca Móvel e o calendário reprodutivo passou a ser melhor programado com os diagnósticos feitos pelos consultores do Rufião Móvel.
“O nosso negócio chegou a esse patamar porque aprendemos a forma mais correta de lidar com a atividade leiteira, dentro da nossa realidade. A divisão dos piquetes atende à quantidade de vacas que estão no pastejo. A ração é formulada para atender as necessidades específicas do rebanho. Tudo tem um planejamento e nós incorporamos isso à gestão do sítio”, destaca Raimundo.
IBS no Sertão Paraibano
Segundo o gestor do Sebrae, Lúcio Magno Almeida Wolmer (que coordenou o projeto de 2011 a 2013), o trabalho do IBS executado no fomento à pecuária leiteira na região de Pombal foi muito importante, principalmente no que tange à inovação. “Em um dos primeiros atendimentos que acompanhei, constatei a relevância desse trabalho que leva tecnologia, de forma simples e objetiva, para o curral do produtor”, destaca Lúcio.
O gestor ressalta também a forma de abordagem do IBS durante os atendimentos. “Os consultores falam a mesma língua do produtor para que as orientações sejam assimiladas com facilidade. Além disso, são profissionais muito bem preparados e sabem como trabalhar a realidade específica de cada propriedade”, afirma, acrescentando que é gratificante ter contado com uma parceria que representa tão bem o Sebrae no meio rural.