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Conexão Mata Atlântica contribui para a preservação de mais de 2 mil hectares de floresta

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Mostrar para produtores familiares que é possível produzir com sustentabilidade e ensinar como isso pode ser feito foi o grande desafio da equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do Instituto BioSistêmico (IBS) durante a execução do projeto Conexão Mata Atlântica, na zona de amortecimento do Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Itariru (PESM – NITA), no estado de São Paulo.

De 2018 a 2023, o IBS atendeu cerca de 360 produtores, com mais de 7.000 visitas técnicas realizadas e 730 horas de capacitação. As propriedades atendidas estão nos municípios de Itariri, Miracatu, Pedro de Toledo e Peruíbe, abrangendo uma área de 69.968 hectares. O encerramento do ciclo de cinco anos de ATER do Instituto BioSistêmico no Conexão Mata Atlântica foi celebrado no dia 12 de janeiro, na sede do PESM-NITA, em Peruíbe, com a presença de produtores, coordenação do projeto, parceiros locais e equipe do IBS.

Durante a execução do projeto, a ATER prestada pelo IBS deu suporte ao manejo de 232,78 hectares de cultura perene em sistema agroecológico ou orgânico, e as áreas de SAF (Sistemas Agroflorestais) passaram de 22,12  para 86,4 hectares.

Neste período, 154 produtores receberam um pagamento pelos serviços ecossistêmicos prestados à sociedade, mantendo uma área de 2.157 hectares de Mata Atlântica protegida.

No período, foram certificados 38 produtores, o que representa um total de 750 hectares de área certificada em propriedades privadas. Foram instaladas 83 fossas sépticas em propriedades rurais, garantindo saúde e segurança ambiental por meio do saneamento básico.

Projeto de recuperação e proteção dos serviços do clima e da biodiversidade do corredor sudeste da Mata Atlântica brasileira, o Conexão Mata Atlântica foi executado pela Fundação Florestal e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), no Estado de São Paulo. A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) esteve à frente da gestão dos recursos e o financiamento foi do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com recursos do Global Environmental Fund (GEF).

Durante o evento de encerramento, foi feita uma retrospectiva das ações do projeto e realizada uma vivência com os produtores para avaliação de resultados. Foram entregues os certificados aos beneficiários provedores de Serviços Ambientais e foi feito o lançamento da cartilha que conta a história do Conexão Mata Atlântica na região do PESM-NITA.

“Esta jornada não tem um fim definitivo, pois o território é dinâmico e vivo. Agradecemos a todos os envolvidos por sua dedicação, paciência e perseverança ao longo desse processo de aprendizado, contribuindo para o fomento dos serviços ecossistêmicos prestados à sociedade e para a preservação das riquezas da região”, aponta Priscila Callegari, diretora de agricultura e meio ambiente do Instituto BioSistêmico.

A cerimônia foi marcada por emoção e sentimento de gratidão, o que ficou nítido nos depoimentos dos produtores em relação ao projeto. Para a produtora Marilene Reis, de Itariri, o suporte técnico foi fundamental para o desenvolvimento das propriedades. “Você pode ter todo o maquinário, mas precisa de conhecimento para operá-lo. Tenho imensa gratidão a toda equipe do projeto”, destaca.

Para o produtor Sílvio Mendes Pereira, também de Itariri, o Conexão Mata Atlântica possibilitou melhorias na qualidade de vida dele e da família. Ele conta que substituiu a adubação química por uma adubação orgânica, o que contribuiu para reduzir custos com a produção. Por meio do projeto, ele implantou fossa séptica no sítio, o que garante mais saúde para toda a família e mais qualidade para a produção.

“Nosso produto principal é a banana, mas com o projeto passamos a diversificar, plantando outras espécies frutíferas, nativas da Mata Atlântica, no sistema agroflorestal. Aprendemos muito com os técnicos do projeto e é um conhecimento que nos desenvolve e melhora nossas vidas”, relata o produtor.

Legado para a região do PESM-NITA

De acordo com Thais Lima, coordenadora das atividades do Instituto BioSistêmico no projeto, o papel da assistência técnica foi fundamental. “Foram as ações de ATER que balizaram a adoção de técnicas mais sustentáveis de produção, reduzindo a utilização de insumos químicos e contribuindo para alterações de paisagem na região”, pontua.

Thais destaca que todo o trabalho da ATER teve como norte a execução de planos de ação integrados que uniram as ferramentas do projeto – Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), Certificação e Cadeia de Valor Sustentável – para trabalhar de forma sistêmica toda a propriedade.

Conforme explica Joaquim do Marco Neto, gestor do PESM- NITA, o Conexão Mata Atlântica é um projeto inovador que complementa todos os demais esforços da Fundação Florestal para manter a rica biodiversidade das Unidades de Conservação

“As ações e as ferramentas utilizadas para atingir os objetivos do projeto foram de muito valor e um grande aprendizado, que podem ser ajustadas e replicadas para outras unidades de conservação que apresentam similaridades e diferentes tipos de pressão. Há uma percepção positiva de que a intensa movimentação dos últimos cinco anos, com investimentos e capacitação constante, deve refletir em novas ações e projetos desenvolvidos por agricultores, associações e instituições públicas”, acrescenta o gestor do PESM-NITA.

Para conhecer melhor o Conexão Mata Atlântica e seus impactos na região do Núcleo Itariru, confira a cartilha que conta a história do projeto. Clique aqui para acessar a cartilha!

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