Com o propósito de definir as prioridades estratégicas do desenvolvimento da região norte de Mato Grosso do Sul é que se realizou na manhã desta sexta-feira (29) na sede do Sebrae, em Coxim, um workshop com prefeitos, deputados e representantes de entidades.
O evento reuniu autoridades, como o deputado estadual Junior Mochi, o deputado federal Antonio Carlos Biffi, a prefeita de Coxim, Dinalva Mourão, o prefeito de São Gabriel do Oeste, Sergio Marcon, o prefeito de Rio Verde, Willian Britto, o prefeito de Sonora e presidente do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari (Cointa) Zelir Antônio Maggioni, a prefeita de Pedro Gomes, Maura Jajah, secretários municipais, representantes do Sebrae e do governo do Estado.
Para dar início aos trabalhos foi assinado um termo de parceria entre o Sebrae o e Cointa para melhorar a qualidade do leite da região através do Programa de Qualificação da Produção Leiteira transferindo tecnologia para 99 propriedades rurais dos municípios de São Gabriel (assentamento Campanário), Rio Verde (Associação Raziel), Coxim (comunidade Mané Manco e São Romão), Pedro Gomes e Sonora (assentamento Piquiri).
“A ação faz parte do projeto Sebraetec que teve início em 2010 e visa trazer inovação a pequenas empresas subsidiando 80% dos investimentos para os produtores e nos 20% restante o Cointa vem complementar financeiramente”, esclarece o gerente regional do Sebrae, Luis Ishikawa.
Segundo ele, o Sebrae está intensificando o atendimento aos grupos de agricultura familiar para prepará-los para as novas exigências da atividade leiteira no que diz respeito à comercialização, de acordo com a instrução normativa 51, que regulamenta a produção. “A regulamentação é feita pelo Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento], que verifica a quantidade de células e bactérias no produto. Espera-se, com isso, que o Brasil chegue ao patamar dos países da Europa e para isso o produtor precisar estar preparado para este mercado”, explica Ishikawa.
A transferência de tecnologia aos produtores rurais será realizada por meio da metodologia Vaca Móvel, que é um laboratório itinerante no qual o responsável técnico vai à propriedade e faz a análise do leite. Alguns resultados saem na hora, outros são enviados posteriormente. Com o diagnóstico, o veterinário tem condições de direcionar a consultoria para melhorar as produções.
“Estamos fazendo nosso papel de ajudar a desenvolver a região, chegando aos pequenos produtores e mostrando um caminho para melhorar a produção leiteira”, expõe ressaltou o presidente do Cointa. “Sabemos que a cada ano a qualidade da matéria prima precisa ser melhorada e a maioria dos produtores de leite do Estado são agricultores familiares. Com o projeto vamos ajudá-los a manter-se vendendo seu produto”, conclui.
Além de abordar a questão do setor lácteo, outros assuntos debateram de que forma o desenvolvimento da região norte pode ser pensado pela iniciativa privada e o poder público.
A palestra ministrada pelo assessor do Sebrae, Jorge Tadeu de Barros Veneza, destacou a relevância da micro e da pequena empresa para o desenvolvimento. O palestrante mostrou dados relevantes desses negócios no Brasil e no Estado de Mato Grosso do Sul, apontando sua participação na economia, como, por exemplo, o fato de serem responsáveis por 20% do PIB nacional, 2% das exportações, entre outros aspectos.
O governo do Estado apresentou as potencialidades e as vertentes de desenvolvimento para a região norte na palestra de Sérgio Yonamine sobre o ZEE (Zoneamento Econômico Ecológico), que em sua maioria direciona os incentivos para o agronegócio, nas cadeias produtivas da silvicultura, da pecuária, da fruticultura e na criação de pequenos animais, no extrativismo mineral para produção da cerâmica e turismo.
“Foram dois anos de pesquisa em todo Mato Grosso do Sul e o estudo virou lei, com diretrizes concretas de desenvolvimento. Cremos que a silvicultura tem forte potencial na região norte, mas não podemos deixar de diversificar as atividades”, explica Yonamine. “A indústria florestal viria atender à produção de carvão para abastecer Corumbá, como a questão da celulose e moveleiro. Temos todas as condições para isso e não estamos fazendo”, complementa.
Para o deputado Junior Mochi, a aprovação do macro zoneamento foi um grande passo, a partir dele, agora é momento de discutir as ações que deverão ser desenvolvidas por parte do governo e terão atenção das secretarias para que as propostas saiam do papel. “O eixo é o agronegócio, a diversificação das atividades produtivas e a indústria deve vir fundamentalmente na agregação de valores da matéria prima que temos”, avalia.
O assessor Jorge Veneza esclarece que o evento promovido pelo Sebrae em parceria com o Cointa tem o objetivo de traçar as prioridades estratégicas para a região norte. “Vamos elaborar em conjunto um plano de ação aproveitando dois grandes produtos já desenvolvidos aqui: o ZEE e o plano de desenvolvimento, definindo junto às lideranças as prioridades, pois não podemos trabalhar com várias ao mesmo tempo. Temos que ter foco e escolher o que trará resultados mais expressivos”.
Veneza afirma que entre as atividades que teriam a preferência estariam o turismo e o agronegócio. “As palestras e as discussões aqui vem para dar subsídios para que a escolha aconteça com mais segurança e de forma mais tecnicamente elaborada. Não queremos impor, mas discutir as propostas para os municípios com todos, através de um processo participativo”, considera.
Fonte: MS Notícias