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Doenças da reprodução em bovinos: quais são as principais doenças? Como diminuir suas incidências?

Doenças da reprodução em bovinos: quais são as principais doenças? Como diminuir suas incidências? Foto: Gustavo de Vinzenzo Valone

Doenças da reprodução em bovinos: quais são as principais doenças? Como diminuir suas incidências? Foto: Gustavo de Vinzenzo Valone

Quando iniciamos uma discussão sobre problemas de saúde em animais de produção, falamos essencialmente sobre falhas nutritivas, de manejo, infestação por endo e ectoparasitas e níveis de estresse. Porém, quando as doenças relacionam-se com a reprodução, essa discussão precisa ser feita de uma maneira ainda mais séria, pois problemas reprodutivos resultantes de enfermidades reprodutivas afetarão todo o sistema produtivo, principalmente aqueles relacionados com a pecuária leiteira indicando perdas consideráveis.

Objetivamente, as doenças da reprodução em bovinos causam enormes prejuízos – sanitários, produtivos e, principalmente, financeiros – para a pecuária no início da estação de monta e durante a estação de parição, devido ao aumento do número de abortos, do maior intervalo entre partos, do nascimento de bezerros fracos ou natimortos e das maiores repetições de cio.

As principais doenças reprodutivas que afetam a produção pecuária no Brasil são as seguintes: Brucelose, Campilobacteriose, Diarreia Viral Bovina (BVD), Leptospirose, Rinotraqueíte Infecciosa dos Bovinos (IBR) e Tricomonose. Portanto, processos que visam programas de controle devem ser realizados da maneira mais eficiente possível. O objetivo é diminuir a incidência destas doenças e até mesmo eliminá-las nas propriedades, o que contribuiria para reduzir as perdas econômicas.

Mas como ter eficiência neste processo?

Duas ações de grande importância e que atuam em conjunto propiciam amplo desenvolvimento e eficiência técnica para a propriedade: Prevenção e Manejo.

Nos dias atuais, observamos com maior recorrência a seguinte frase: “Antigamente, o médico veterinário visitava uma propriedade em busca de doença, hoje a história é um pouco diferente, hoje ele vai para a propriedade em busca de saúde”. Isso demonstra que, na atualidade, o médico veterinário tem a função de prevenir possíveis doenças.

Neste contexto, se aliarmos um manejo eficiente e adequado com constantes programas de prevenção, o risco de contaminação destas doenças é consideravelmente menor, o que reduz as perdas e traz relevantes ganhos produtivos.

Dentro dos sistemas de prevenção, a vacinação do gado é um dos fatores que tiveram maior evolução, sendo os mais utilizados e com eficiência já comprovada. Processos de vacinação aliados ao treinamento dos colaboradores que atuam no campo produzem resultados satisfatórios.

Foto: José Marques/Governo da Paraíba

Foto: José Marques/Governo da Paraíba

Sabemos também que muitas técnicas foram inventadas, outras foram aperfeiçoadas, mas é necessário citar que tais ações devem estar aliadas às técnicas “antigas” de produção, as quais nunca cairão em desuso. Entre essas técnicas, podemos citar os programas sanitários, a quarentena de novos animais, o número adequado de animais por área, o manejo nutricional e o acompanhamento dos animais jovens até a desmama, dentre outros. Todas essas ações foram intensamente estudadas e estão comprovadas no combate ao surto de doenças reprodutivas.

Prevenções e cuidados necessários

Na pecuária leiteira, é comum idealizamos que cada vaca produza um bezerro/ano e, o mais importante, este deve ser desmamado pesado e estar apto para entrar em reprodução ou ser comercializado com bom valor. Assim, somente o produtor verá que sua propriedade está dando lucro!

Algumas perdas devido a aborto natural são esperadas, mas, o máximo aceitável é de aproximadamente 3%. Taxas de aborto maiores, além de atrapalhar o planejamento reprodutivo, geram prejuízos financeiros expressivamente graves.

O controle é alcançado por meio de um programa sanitário preventivo eficiente. Para isso, é importante que a propriedade tenha um calendário sanitário bem estruturado e que seja seguido à risca.

É importante salientar que os desafios sanitários são particulares para cada propriedade e, portanto, as taxas de perdas de gestação podem ser diferentes. Deve-se avaliar qual é o índice de perdas de gestação e qual é o impacto econômico que essas perdas causam. Além disso, devemos investigar e esclarecer qual é o agente causador das perdas de gestação adotando medidas de controle e prevenção de surtos, sendo que o uso de vacinação tem se mostrado uma boa estratégia.

Referências

1) O manejo e a prevenção de doenças nos bovinos leiteiros. Disponível em: http://goo.gl/qjQaUj. Acesso em 28 de março de 2016.

2) Lage, A.P. et al. Brucelose bovina: uma atualização. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.32, n.3, p.202-212, jul./set. 2008.

3) Vacinação é o melhor remédio. Revista AG – A revista do criador. Editora Centaurus. Edição 141, outubro/2010

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