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Venda de cestas agroflorestais estimula o cultivo em SAF’s em Ribeirão Preto-SP

Tirar o sustento do solo sem degradá-lo e repor os nutrientes para que permaneça fértil. Assim pode ser definido o ciclo virtuoso dos Sistemas Agroflorestais, também conhecidos como SAF’s que estabelecem a plantação de espécies agrícolas e florestais em uma mesma área. O objetivo principal é o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, que respeite e preserve os recursos naturais existentes.

Em março de 2015, foi iniciado o projeto de comercialização de cestas agroflorestais com produtos cultivados em SAF´s no PDS Faz Da Barra, núcleo Mario Lago, em Riberão Preto – SP. Nesse projeto, participam 30 famílias que produzem verduras, legumes e frutas sob orientação de técnicos do Instituto BioSistêmico (IBS) que atende contrato do Incra/SP no assentamento.

“Esse projeto tem como objetivo melhorar a produção e renda dos assentados, viabilizando a produção em um lote de 1,5 hectare, assim como trabalhar um sistema de produção que seja sustentável, sem agressão ao meio ambiente e preservando a saúde do produtor”, explica o engenheiro agrônomo Eduardo Geraigire que integra a equipe do IBS.

Segundo Geraigire, o projeto iniciou com a entrega de 8 cestas por semana e, no final do ano passado, já eram vendidas 80 cestas semanalmente. O consumidor paga adiantado o valor de R$ 150 por mês e recebe 4 cestas, sendo uma a cada semana, que são entregues em diferentes pontos de distribuição em Ribeirão Preto.

As cestas são entregues em diferentes pontos de distribuição em Ribeirão Preto

As cestas são entregues em diferentes pontos de distribuição em Ribeirão Preto

Desafio

De acordo com o assentado Vandeí Junqueira, que atua na coordenação do grupo que integra o projeto, a assistência técnica do IBS tem desempenhado papel fundamental, orientando os produtores no planejamento da produção para garantir qualidade e variedade dos produtos sem agrotóxicos, durante o ano inteiro. “Outro papel fundamental do IBS é o de acompanhar e orientar os produtores no processo de certificação orgânica pelo Organismo de controle social – OCS”, relata.

Junqueira afirma que, por meio das cestas, o SAF ganhou mais visibilidade e muitos produtores se interessaram em produzir no lote de forma agroflorestal. Ele complementa que, mesmo nas épocas de menos produção, o fato de trabalhar com uma venda coletiva permitiu que cada produtor possa vender sua produção e tirar uma renda mensal.

O assentado pondera que é importante que o consumo consciente seja cada vez mais disseminado. “Ao escolher determinado produto, o consumidor apoia todas as etapas que levaram o alimento até sua mesa. No caso de um alimento agroflorestal, ele ajuda pequenos produtores a viver da sua terra e consome um produto livre de veneno, que foi produzido de uma forma que respeita a natureza e que alia produção de alimento a reflorestamento”, destaca.

O projeto de comercialização de cestas agroflorestais conta com o apoio financeiro de programas como o Micro Bacia II, Agroflorestar I e FUNbio. Cada família participante do projeto implantou no seu lote uma área de 500 ² de plantio de hortaliças e frutas no modo SAF.

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