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Soja no MS deve atingir recordes de produção na safra 2020/2021

Lavoura atendida pelo programa de agricultura familiar da Cargill em Amambai – MS

Na safra de soja 2020/2021 no Mato Grosso do Sul, o volume esperado é de 11,222 milhões de toneladas, com média de 53 sacas colhidas por hectare. Houve um aumento estimado em 4,13% da área plantada com soja no Estado, em relação à safra anterior, passando de 3,389 milhões para 3,529 milhões de hectares.

Os dados são do projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) e demonstram que o MS deverá atingir recordes de produção do grão. No final do mês de março, 91,5% do total da área plantada com soja já estava colhida, de acordo com levantamento do SIGA/MS.

Apesar do plantio tardio em função da estiagem, a safra no MS não foi prejudicada. De acordo com os relatos dos consultores que atuam no Mato Grosso do Sul pelo programa de agricultura familiar da Cargill, a safra superou as expectativas em grande parte das propriedades atendidas. Foi também uma safra tranquila em relação à infestação de pragas e doenças nas lavouras.

“Nesta safra, até em terras mais arenosas, que não costumam produzir bem, tivemos uma boa produtividade, com muitos produtores com colheita acima de 60 sacas por hectare”, relata o engenheiro agrônomo Thadeu Rincão, que atende os municípios de Maracaju, Sidrolândia, Caarapó e São Gabriel do Oeste.

Na região atendida por ele, nenhum produtor colheu menos que 50 sacas por hectare e as maiores médias foram em torno de 70 sacas por hectare. “Depois do plantio, grande parte feito em outubro, não faltou chuva até o enchimento de grão e a colheita coincidiu com o veranico, o que foi excelente”, afirma Rincão.

As chuvas de janeiro também favoreceram as terras mais arenosas na região dos municípios de Amambai, Aral Moreira e Coronel Sapucaia. Nessas regiões, as médias de soja colhida foram acima de 55 sacas por hectare e em algumas propriedades chegou a 83 sacas por hectare. De acordo com o engenheiro agrônomo Adson Martins, as áreas mais arenosas apresentaram produtividade maior do que as áreas com terra mais argilosa.

“Tivemos muita chuva, principalmente em janeiro. Por conta da água em excesso nos solos mais argilosos, houve redução da aeração necessária nas radicelas, gerando o abortamento de grãos. E nas terras mais arenosas, que drenam com facilidade a água, este equilíbrio entre ar e água foi mantido, o que contribuiu para um bom desenvolvimento da cultura”, explica Adson.

Em Ponta Porã, região atendida pela engenheira agrônoma Mariana Saggin, as altas temperaturas associadas ao grande volume de chuva, no começo do verão, contribuíram para baixas produtividades.

“Com o calor e as chuvas, as plantas que não morreram tiveram maturação precoce e ficaram com baixo peso. Onde esperava-se colher de 60 a 70 sacas por hectare, conseguiram colher uma média de 50 sacas”, pontua Mariana.

Mariana complementa que as áreas mais afetadas foram aquelas com solos menos trabalhados. “Nas áreas mais trabalhadas, em que nos últimos anos vem sendo feito o manejo adequado, com correção de solo, os agricultores colheram uma média de 60 sacas por hectare”, destaca a engenheira agrônoma.

Sobre o programa

O programa de agricultura familiar da Cargill foi iniciado em 2011 com o objetivo de capacitar e assistir, de forma gratuita, agricultores familiares na produção de soja. O Instituto BioSistêmico (IBS) iniciou a execução da parte do programa que se refere à assistência técnica aos agricultores familiares na Safra 2011/12.

Desde então, o IBS atuou em 8 Estados, promovendo o fomento da agricultura familiar por meio de informação, capacitação e inovações tecnológicas voltadas ao desenvolvimento sustentável das lavouras.

Entre as medidas que passaram a ser adotadas por grande parte dos agricultores a partir das orientações da assistência técnica, estão plantio direto, rotação de culturas, correção de solo e controle de erosão. O uso adequado de fertilizantes em quantidade e qualidade, além da escolha do cultivar adequado, também são ações que passaram a fazer parte da rotina dos agricultores a partir do ingresso no programa.

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