Agricultora Dezione de Sena Pinheiro – Sidrolândia/MS
O Mato Grosso Sul deverá colher a maior safra de soja da história do Estado nesta temporada: 8,7 milhões de toneladas de soja, com uma média de 56 sacas por hectare. Essa projeção foi divulgada pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS). Em meados de março, a colheita no MS já havia atingido 75%, totalizando 1,95 milhão de hectares da área disponibilizada para o cultivo da oleaginosa.
Nesta safra 2017/2018, o programa de agricultura familiar da Cargill atendeu o número recorde no Mato Grosso do Sul: 750 agricultores familiares em 22 municípios sul-mato-grossenses. Nas regiões atendidas, o clima foi favorável com chuvas abundantes durante a safra, sem ocorrências expressivas de pragas e doenças, o que favoreceu o desenvolvimento da soja. Por conta de estiagens entre os meses de setembro e outubro, o período de plantio se concentrou entre meados de outubro até meados de novembro.
No embalo da maior safra de soja da história do MS, agricultores atendidos pelo programa nos municípios de Sidrolândia, Maracaju e São Gabriel do Oeste chegaram a colher mais de 80 sacas por hectare. “Nesses três municípios, a incidência de pragas e doenças foi baixa, o que colaborou para a boa produtividade. Teve produtor que guardou produto para a próxima safra, pois não foi necessário usar este ano”, relatou o engenheiro agrônomo Thadeu Rincão que atua nesses municípios.
Na região de Dourados, muitos agricultores também superaram a expectativas na colheita. “Tivemos alta produtividade colhida na região, com casos de até 80 sacas por hectare, com média geral em torno de 65 sacas por hectare. O uso de variedades com alto poder produtivo, aliado as boas condições climáticas ocorridas aqui na região, contribuiu para a boa colheita”, afirmou o engenheiro agrônomo Maycon Braga que atua na região de Dourados.
Segundo a engenheira agrônoma Mariana Saggin Brito que atua no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, as chuvas abundantes nessa região nos meses de dezembro e janeiro dificultaram as últimas aplicações de fungicidas nas lavouras. Além disso, o escoamento da colheita foi demorado, pois os caminhões carregados de soja passavam cerca de um dia na fila para entregar o carregamento no único armazém que atende o assentamento.
Apesar das dificuldades, a produtividade nessa região não foi comprometida. “Mantivemos uma média de cerca de 55 sacas por hectare. Entre os produtores que conseguiram fazer todas as aplicações e conseguiram colher depois do período da dessecação, tivemos casos com produção de mais de 70 sacas por hectare”, destacou Mariana Saggin.
Agricultor Ildo Luís dal Solto – Maracaju/MS.
Sobre o programa
O programa de agricultura familiar da Cargill foi iniciado em 2011 com o objetivo de capacitar e assistir agricultores familiares na produção de soja destinada à fabricação de biodiesel. Faz parte do cumprimento legal para a obtenção e manutenção do Selo Combustível Social, necessário para o setor de biodiesel e que permite a participação em leilões de maneira integral.
A iniciativa cumpre o papel idealizado no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) interministerial do Governo Federal em implantar um programa sustentável com inclusão social, garantir preços competitivos, qualidade e suprimento, além de produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes de oleaginosas em regiões diversas.
O IBS iniciou a execução da parte do programa que se refere à assistência técnica aos agricultores familiares na Safra 2011/12, nos Estados do Paraná com 622 produtores e de São Paulo com 45. Após seis safras, o instituto atuou em 8 Estados e responde por mais de 2 mil produtores/ano, com fomento da agricultura familiar por meio de informação, capacitação e inovações tecnológicas voltadas ao desenvolvimento sustentável das lavouras.
Na assistência técnica executada pelo IBS no programa de agricultura familiar da Cargill, os técnicos atuam muito além do suporte para a produção de soja. As equipes estão capacitadas para fomentar atividades que favoreçam a sustentabilidade da propriedade e, nesse contexto, não poderia ficar de fora a diversificação das culturas. Em todas as regiões atendidas, não faltam exemplos de produtores que diversificam a produção e contam com o suporte técnico do programa.
