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Safra de soja 2019/2020 tem boa produtividade apesar da falta de chuva na época de plantio

Foto: Oscar Uekawa

Foto: Oscar Uekawa

De acordo com os últimos dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2019/2020 apresentou crescimento na área plantada com soja de 2,7% em relação à última temporada, continuando a tendência de aumento das últimas safras. A produção é estimada em 122,1 milhões de toneladas, um recorde na série histórica, apesar da quebra de safra no Rio Grande do Sul, sobretudo pelas melhores condições climáticas em diversos Estados produtores.

Nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul (MS) e Paraná, atendidos pelas equipes de assistência técnica do programa de agricultura familiar da Cargill, a estiagem atrasou o plantio em boa parte dos municípios atendidos. Mas durante o ciclo da soja, o clima se manteve favorável, contribuindo para uma boa produtividade, de um modo geral.

De acordo com os engenheiros agrônomos Adson Martins e Thadeu Rincão, que atuam pelo programa em municípios do MS, observou-se uma incidência expressiva de lagartas do gênero Spodoptera em parte das lavouras atendidas nesta safra, mas sem grandes prejuízos para a produtividade. Nas regiões de Amambai, Aral Moreira e Coronel Sapucaia, as médias colhidas variaram entre 60 e 70 sacas por hectare. Nas regiões de Maracaju, Sidrolândia e São Gabriel do Oeste, a média ficou em torno de 75 sacas por hectare.

Para o combate a pragas, os consultores do programa reforçaram nos três Estados atendidos a importância do uso do Kit de MIP (Monitoramento Integrado de Pragas) de Soja, que foi distribuído pelas equipes de assistência técnica logo no início da temporada 2019/2020. Esse Kit de MIP permite um maior controle das pragas nas lavouras, com uso mais eficiente de defensivos, colaborando inclusive para a redução de custos.

No Estado de Goiás, nas regiões de Santa Helena de Goiás e Vianópolis, o plantio concentrou-se a partir da primeira quinzena de novembro até o início de janeiro por causa da falta de chuvas também. “A semeadura tardia prejudicou o cultivo da safrinha em algumas regiões. Apesar disso, tivemos uma boa produtividade, com medida de 63 sacas colhidas por hectare, demonstrando a qualidade genética dos materiais que apresentaram altas produtividades”, destacou o consultor Silveli que atua nessas regiões de Goiás.

Nas regiões dos municípios paranaenses de Irati e Mallet, o plantio foi realizado entre 10 de setembro a 25 de dezembro, por conta das diferenças climáticas, e a colheita se concentrou entre 27 de janeiro a 15 de abril. De acordo com o engenheiro agrônomo Victor Kovaski, a falta de chuva começou em fevereiro e se estendeu até meados de março nos municípios em que atua.

“A estiagem prejudicou alguns produtores e favoreceu outros. Neste período, enquanto algumas lavouras ainda estavam sob R4 (fase canivetinho) ou R5 (fase de enchimento de grãos), outros estavam com suas lavouras prontas para colheita e sem enfrentar chuva após maturação fisiológica, garantindo mais qualidade. Nas lavouras em que a fase pós maturação fisiológica bateu com a estiagem, houve boa produtividade, com médias entre 65 a 80 sacas por hectare”, afirma Victor.

De forma geral, a média produtiva desta safra foi superior à média do ano passado, trazendo boas perspectivas para os investimentos em adubação, sementes e controle de plantas daninhas para a próxima safra.

 

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