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Propriedades atendidas pelo programa de agricultura familiar da Cargill em Goiás e Minas Gerais recebem diagnóstico de compactação do solo

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A compactação dos solos é considerada um dos principais fatores de perda de produtividade na agricultura. Resumidamente, trata-se de um processo decorrente da manipulação intensiva do solo, o qual perde sua porosidade, reduzindo seu volume com a expulsão de ar, o que aumenta sua densidade, tornando-o mais compacto. E um solo mais compacto dificulta o desenvolvimento da planta, pois a raiz tem mais resistência para se aprofundar em busca de água e nutrientes, situação que se agrava no período de estiagem, pois as plantas sofrem mais com estresse, nessas condições. Além disso, a água não penetra facilmente em áreas compactadas e acaba escorrendo pela superfície, o que favorece a erosão do terreno.

Para garantir o bom desenvolvimento dos cultivos, é importante medir a compactação do solo, o que pode ser feito com instrumentos que permitem medir a compactação em campo, os denominados penetrômetros. Esses equipamentos medem a resistência do solo à penetração de uma haste metálica, que simula a penetração de raízes ou ferramentas agrícolas.

Pensando na importância da medição da compactação do solo e em melhor atender seus clientes, o consultor Marcio Miranda, da empresa BrasilBio, que atende produtores de soja no programa de agricultura familiar da Cargill nos Estados de Goiás e Minas Gerais, adquiriu por iniciativa própria um penetrômetro em novembro do ano passado e, desde então, vem realizando o diagnóstico do solo das lavouras em seus atendimentos de assistência técnica. De acordo com ele, essa tecnologia ainda não é muito difundida nos Estados de atuação da BrasilBio, sobretudo entre os agricultores familiares, que nem sempre têm o acesso fácil às inovações do mercado agrícola.

“A receptividade dos agricultores tem sido excelente, alguns nunca tinham visto um penetrômetro antes e não imaginavam que poderiam medir a compactação do solo de suas lavouras. Temos realizado os diagnósticos e nos casos em que identificamos áreas com solo compactado, já aproveitamos para orientar de que maneira o agricultor deve proceder. Deve-se evitar o uso de máquinas e implementos de grande porte e peso, além de tentar conciliar a entrada das máquinas na lavoura quando o solo não estiver tão úmido. Podem ser usados implementos agrícolas como subsolador, que contribuem para reduzir a compactação em profundidade acima de 0,5 metros. Além disso, recomendamos o sistema de integração lavoura-pecuária, sempre que possível dentro da realidade do produtor, com rotação de culturas e plantio direto, revezando a soja com forrageiras ”, explica Márcio Miranda.

De acordo com o consultor, os diagnósticos que tem realizado com o penetrômetro estão colaborando para alertar os produtores sobre a importância do cuidado com o solo para melhorias na produtividade. “Em Paraúna-GO, o consultor Matheus Alves Barbosa, da BrasilBio, verificou o crescimento desigual da soja em uma mesma lavoura. E no diagnóstico com o penetrômetro, ele identificou solo com compactação nas áreas em que a soja apresentou desenvolvimento inferior. Esse tipo de diagnóstico, feito na hora do atendimento e na presença do produtor, facilita a compreensão, pois conseguimos demonstrar na prática os reflexos da compactação do solo no desenvolvimento da lavoura”, destaca Márcio Miranda.

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Na lavoura do produtor Nelson Clark Unhuh, atendido pelo programa de agricultura familiar da Cargill no município de Rio Verde-GO, as áreas avaliadas não apresentaram compactação. Foi a primeira vez que ele fez esse tipo de avaliação na propriedade e ele nunca tinha ouvido falar no penetrômetro. “Eu fiquei muito feliz com o resultado, pois tenho trabalhado nos últimos 13 anos com o sistema de integração lavoura-pecuária. Faço a rotação das áreas de soja com braquiária, que serve de alimento para o gado e ajuda a melhorar o perfil do solo. Além disso, temos a adubação natural com o esterco das vacas que se alimentam na área. Com esse sistema, cortamos o clico das pragas que afetam a soja e diminuímos bastante a quantidade de defensivos químicos. Nesse processo, até as minhocas voltaram, o que é um excelente sinal da qualidade do nosso solo”, relata.

Segundo o produtor, com o sistema lavoura-pecuária, ele aumentou a produtividade, passando de uma média de 42 sacas por hectare para 64 sacas por hectare. “Na safra 2017/2018, colhemos uma média de 78 sacas por hectare, um bom resultado que demonstra estarmos no caminho certo”, destaca. Para ele, a assistência técnica do programa de agricultura familiar da Cargill é de extrema importância para esclarecer dúvidas, ajustar o que for necessário para o bom desenvolvimento da lavoura, além de propiciar o acesso a tecnologias que auxiliam no aprimoramento do cultivo da soja.

Programa de Agricultura Familiar da Cargill

O programa de agricultura familiar da Cargill foi iniciado em 2011 com o objetivo de capacitar e assistir agricultores familiares na produção de soja. Faz parte do cumprimento legal para a obtenção e manutenção do Selo Combustível Social, necessário para o setor de biodiesel e que permite a participação em leilões de maneira integral.

A iniciativa cumpre o papel idealizado no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) interministerial do Governo Federal em implantar um programa sustentável com inclusão social, garantir preços competitivos, qualidade e suprimento, além de produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes de oleaginosas em regiões diversas.

O IBS iniciou a execução da parte do programa que se refere à assistência técnica aos agricultores familiares na Safra 2011/12, nos Estados do Paraná e de São Paulo. Desde então, o instituto atuou em 8 Estados, promovendo o fomento da agricultura familiar por meio de informação, capacitação e inovações tecnológicas voltadas ao desenvolvimento sustentável das lavouras.

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