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Projeto do Campo à Mesa ajuda no desenvolvimento de agricultores familiares

O adubo de folhas de bananeira tem rendido muitos cachos da fruta.

O adubo de folhas de bananeira tem rendido muitos cachos da fruta.

Nascida no município de Chopinzinho, no Paraná, filha de agricultores, dona Maria da Luz Vasconcelos Alves tira o sustento da terra desde os tempos em que era criança. Ela aprendeu a plantar com os pais e nunca mais parou. Hoje, com 69 anos de idade, aposentada, ela planta de tudo um pouco no sítio de 6 alqueires, na Vila Braço Feio, em Cajati, no Estado de São Paulo.

Apesar de uma vida inteira dedicada ao cultivo de alimentos, a agricultura garante que aprendeu a cuidar verdadeiramente da terra há pouco mais de um ano, quando passou a receber a assistência técnica pelo projeto do Campo à Mesa. Trata-se de uma iniciativa do Instituto InterCement em parceria com o BNDES e Prefeitura Municipal de Cajati, com execução do Instituto BioSistêmico (IBS). Esse projeto tem como objetivo fortalecer a Associação dos Agricultores Familiares do Município de Cajati (AAGFAM), por meio de ações técnicas, de gestão, mercado e organização social.

“Antes, eu semeava e entregava para Deus, sem cuidar muito da horta e nem do bananal. Mas com assistência técnica, aprendi muita coisa. Hoje, sei adubar a terra, cuido melhor da horta e aproveito as folhas das bananeiras como adubo”, afirma dona Maria. Segundo ela, a produção de alimentos do sítio dobrou e o adubo de folhas de bananeira tem rendido muitos cachos da fruta, o que era raro de ser ver um tempo atrás.

Dona Maria produz banana, mandioca, batata doce, abóbora, chuchu, pimenta e hortaliças em geral.

Dona Maria produz banana, mandioca, batata doce, abóbora, chuchu, pimenta e hortaliças

Além do aumento na produção, a agricultora relata que, graças ao projeto, melhorou muito as condições para a entrega dos produtos. “Antigamente, eu juntava a produção da semana e levava tudo de ônibus para tentar vender na feira de Cajati. Para chegar lá, eram 38 quilômetros para ir e mais 38 para voltar. Era bem difícil”, lembra. Atualmente, dona Maria entrega a produção na sede da AAGFAM que fica bem mais perto do sítio dela, o que permite que ela contrate frete para o transporte dos produtos. A nova sede da associação, inaugurada em março, funciona como entreposto de alimentos e é equipada com uma câmara fria para o armazenamento das hortaliças e outra câmara climatizadora para o amadurecimento das bananas.

Entre os alimentos produzidos pela aposentada, tem banana, mandioca, batata doce, abóbora, chuchu, pimenta e hortaliças em geral. “Aqui no sítio, temos a feira completa com a graça de Deus”, conta com orgulho. Para plantar e colher, a agricultora conta com a ajuda do companheiro dela, o agricultor José Francisco Fernandes.

Sobre o projeto

Assim como dona Maria, mais 51 agricultores associados da AAGFAM recebem o atendimento do IBS no projeto do Campo à Mesa. O trabalho do instituto é estruturado em frentes de capacitação, infraestrutura, comercialização e assistência técnica. O grupo de produtores passou a ser orientado e capacitado por equipe técnica especializada em hortaliças e bananicultura, além de serem capacitados para desenvolvimento do aprendizado sobre temas técnicos, gestão e relações humanas.

Integrante da equipe do projeto do Campo à Mesa, o consultor do IBS Humberto Eduardo do Reis destaca que o trabalho, junto à AAGFAM, busca incentivar a organização e a integração entre os associados. Um bom exemplo disso é que um grupo de 6 associados se reuniu para apoiar aqueles associados que não tinham como escoar seus produtos. “Esse grupo funciona como catalisador da comercialização e distribui os produtos em feiras, mercearias, supermercados e bancas em beira de estrada. Recentemente, foi iniciado o fornecimento de alimentos para um restaurante de Cajati”, complementa.

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