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Produção de alimentos alternativos para galinhas caipiras visa reduzir custos de produção e fortalecer estratégia de convivência com a seca

Projeto Bahia Produtiva

O principal custo envolvido na produção de galinhas caipiras é a alimentação. Os subprojetos do Projeto Bahia Produtiva têm investimento na estruturação dos sistemas de produção das aves – principalmente galinheiros e piquetes, bem como um aporte inicial para a compra de ração. Para garantir a sustentabilidade do sistema a longo prazo, a produção local de alimentos é fundamental, pois confere maior autonomia aos agricultores e contribui na redução de custos.

Com base nisso, a equipe multidisciplinar de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do Instituto BioSistêmico (IBS) que atua no projeto vem propondo um conjunto de medidas que visam ampliar a oferta local de alimentos. Foram mapeadas na região – Território da Bacia do Rio Corrente, região Oeste do Estado da Bahia –  plantas de fácil propagação que pudessem compor novas formulações de ração ou servir de complemento. É o caso da Moringa oleífera, a gliricídia, o feijão guandu, a leucina, dentre outras leguminosas, além da palma forrageira, o sorgo e outras plantas já conhecidas pelos agricultores, mas que raramente eram utilizadas para a alimentação das aves.

A realidade regional de chuvas concentradas em período curto do ano, dificulta a formação de piquetes de pastagens para as aves onde não há disponibilidade de água para a irrigação. Para estes casos, a equipe de ATER propôs e já estão sendo estruturados, “canteiros econômicos” para grama. A técnica consiste na edificação de um canteiro retangular, com fundo vedado com lona plástica e cobertura protegida por alambrado para evitar que as galinhas cisquem. Neste canteiro, é plantada a grama de preferência do agricultor. Com o fundo vedado, o consumo de água é reduzido e a distribuição destes canteiros pela área dos piquetes se apresenta como uma importante fonte de matéria verde para os animais.

Projeto Bahia Produtiva

Além da orientação para formação desse banco de alimentos alternativos, a equipe técnica vem capacitando os agricultores em outras duas tecnologias de produção de alimentos alternativos para aves: o piquete econômico e o larvário. O larvário tem a finalidade de produzir larvas, a partir de restos de resíduos orgânicos, que serão fornecidas às aves na fase de recria. Já o piquete econômico é uma tecnologia para a produção de grama para aves e foi adaptada a partir do canteiro econômico.

“O piquete econômico tem o objetivo de atender, principalmente, os produtores que têm limitação de recursos hídricos para irrigação de grama e, consequentemente, não conseguiriam ter esse tipo de alimento no período de estiagem. Portanto, apresentamos como alternativa a implantação dessa tecnologia para a produção da pastagem para as aves, mesmo no período seco de cada ano”, explica a engenheira agrônoma Suzane Nascimento que atua na coordenação técnica do programa.

Vantagens

A galinha caipira já está presente nas comunidades atendidas, mas é produzida majoritariamente para a subsistência. A produção comercial é normalmente feita com a utilização de ração convencional, a base de soja e milho, adquiridos no mercado. Com a incorporação de alimentação alternativa, ocorre a substituição de insumos externos por alimentos produzidos no próprio sítio.

“A alimentação alternativa, quando produzida pelo próprio agricultor, poderá garantir redução no custo da ração e produção de alimentos mais saudáveis. Espera-se que as famílias tenham a própria formulação de ração, a partir de insumos produzidos em suas propriedades, com produção de carne e ovos mais baratos e com qualidade e identidade própria. Com isso, conseguirão ter um produto diferenciado para fornecer ao mercado consumidor”, destaca Suzane.

Projeto Bahia Produtiva

Suzane relata que o IBS está orientando os Agentes Comunitários Rurais, jovens contratados pelas associações para apoio técnico aos projetos, a fazerem o monitoramento dos resultados e replicarem as tecnologias. Também estão sendo identificadas unidades de produção que possam servir de referência para a comunidade, onde as medições possam ser feitas com mais atenção.

Sobre o projeto

O Pojeto Bahia Produtiva – Desenvolvimento Rural Sustentável – ATER é desenvolvido pela CAR – Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo da Bahia, em convênio com o Banco Mundial.

O objetivo é aumentar a integração ao mercado, promover a segurança alimentar e melhorar o acesso ao serviço de abastecimento de água e saneamento de domicílios. É desenvolvido nos 27 territórios do Estado da Bahia. O IBS executa o lote 3, no Território da Bacia do Rio Corrente, região Oeste do Estado, com escritório na cidade de Santa Maria da Vitória.

Atualmente o projeto atende 24 empreendimentos e seus agricultores familiares, empreendedores da economia solidária, famílias reassentadas, povos indígenas, quilombolas e comunidades de fundos de pasto.

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