A safra de soja 2017/2018 no Estado do Paraná está sendo estimada em cerca de 19 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral). Grande parte dos produtores atendidos no Paraná pelo programa de agricultura familiar da Cargill realizou o plantio entre outubro e novembro de 2017, iniciando a colheita a partir de meados do mês de março deste ano. Nesta safra, foram atendidos 1.243 produtores em 30 municípios paranaenses.
De acordo com o engenheiro agrônomo Renato Ichisato, o plantio transcorreu normalmente dentro do período recomendado na maioria das propriedades atendidas. “As variedades de ciclo precoce foram plantadas no final de setembro e início de outubro/17. As de ciclo médio e tardias foram plantadas após 15 de outubro a 25 de novembro. Houve plantio em dezembro em áreas que foram colhidos feijão e batata. O clima favoreceu esta prática, com precipitação de volumes próximo do ideal e regularmente distribuídos”, relatou.
A colheita das variedades precoce ocorreu entre o final de fevereiro e início de março. As outras variedades após a segunda quinzena de março, concentrando a colheita no início de abril devido ao excesso de nebulosidade e às chuvas constantes, fatores que provocaram uma redução no rendimento pela perda do peso do grão e incidência de avariados.
“As lavouras de ciclo precoce foram as mais produtivas com médias de 68 sacas por hectare. As variedades de ciclo médio e tardios colhidos até 10 de abril ficaram na média de 58 sacas por hectare, valor abaixo das médias de produtividades previstas antes das colheitas”, complementou Renato Ichisato.
O engenheiro agrônomo Oscar Uekawa destacou alguns percalços desta safra no Paraná, principalmente em relação ao clima e ao ataque de lagartas no final do ciclo. “O clima chuvoso de janeiro que coincidiu com a floração em algumas lavouras favoreceu o crescimento excessivo da planta e abortamento das flores, traduzindo em baixo rendimento na produtividade. O ataque de lagarta, principalmente a lagarta falsa medideira, já no final do ciclo reprodutivo, foi responsável por perdas de produção em algumas propriedades”, ressaltou.
Oscar acrescentou que a ocorrência da temida ferrugem asiática não foi expressiva nas regiões atendidas. Segundo ele, a ferrugem asiática não causou danos maiores devido aos cuidados dos produtores em fazer aplicações preventivas de fungicidas, seguindo as orientações técnicas recebidas.
Sobre o Programa
O programa de agricultura familiar da Cargill foi iniciado em 2011 com o objetivo de capacitar e assistir agricultores familiares na produção de soja para atender a necessidade de aquisição desta matéria prima para manutenção da concessão do selo combustível social, necessário para o setor de biodiesel e que permite a participação em leilões de maneira integral.
A iniciativa cumpre o papel idealizado no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) interministerial do Governo Federal em implantar um programa sustentável com inclusão social, garantir preços competitivos, qualidade e suprimento, além de produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes de oleaginosas em regiões diversas.
O IBS iniciou a execução da parte do programa que se refere à assistência técnica aos agricultores familiares na Safra 2011/12, nos Estados do Paraná com 622 produtores e de São Paulo com 45. Após seis safras, o instituto atuou em 8 Estados e responde por mais de 2 mil produtores/ano, com fomento da agricultura familiar por meio de informação, capacitação e inovações tecnológicas voltadas ao desenvolvimento sustentável das lavouras.Na assistência técnica executada pelo IBS no programa de agricultura familiar da Cargill, os técnicos atuam muito além do suporte para a produção de soja. As equipes estão capacitadas para fomentar atividades que favoreçam a sustentabilidade da propriedade e, nesse contexto, não poderia ficar de fora a diversificação das culturas. Em todas as regiões atendidas, não faltam exemplos de produtores que diversificam a produção e contam com o suporte técnico do programa.
