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Os desafios dos produtores de mel da Associação Sabores da Terra

O Projeto Conexão Mata Atlântica e o Instituto BioSistêmico (IBS) estão incentivando a produção de mel por meio de pequenos produtores. É uma forma de combinar a geração de trabalho e renda com a preservação do meio ambiente.

Com esse apoio, foi fundada em 2019 a Associação Sabores da Terra, que reúne produtores de mel de Pedro de Toledo, Peruíbe, Itariri e Miracatu e conta hoje com 16 associados.

“A ideia foi apoiar uma atividade econômica sustentável fora das culturas tradicionais. Por isso, nós pensamos em potencializar a cadeia produtiva do mel, possibilitando uma produção em maior escala, bem como sua comercialização”, explica Thaís Lima, engenheira florestal e coordenadora técnica do Instituto BioSistêmico.

Foram investidos inicialmente R$21.800, individualmente para os beneficiários de Cadeias de Valor Sustentável, na compra de equipamentos para produção de mel e enxames, tanto de abelhas nativas sem ferrão, jataí, quanto as apis (europeias e africanizadas).

Mais recentemente a associação foi contratada por meio de edital e receberá recursos da ordem de R$200 mil. O total dos investimentos no projeto até o momento foi de cerca de R$ 400 mil.

Alto potencial para produção de mel do Vale do Ribeira

“A região do Vale do Ribeira tem alto potencial para a produção de mel, mas as unidades de beneficiamento não existem ou estão longe de nós. Por isso, com recursos do Projeto Conexão Mata Atlântica, partimos para construir uma unidade de beneficiamento do produto, a Casa do Mel, no município de Pedro de Toledo”, conta a engenheira florestal.

As obras da Casa do Mel deveriam ter sido concluídas no primeiro trimestre deste ano, mas devido à pandemia da Covid-19, sua conclusão foi adiada e deverá ocorrer no próximo mês de novembro de 2021.

Thaís observa que um dos maiores entraves para a produção apiária na região é a sua qualificação com a Vigilância Sanitária e outros órgãos de controle. “Estamos no caminho, para registrar esses produtos no Serviço de Inspeção Federal (SIF)”, afirma.

Ela destaca que haverá um salto na comercialização com a certificação, pois o mel produzido poderá ser vendido em todo o Brasil e até exportado. “Já temos apicultores com a propriedade certificada como produtora de orgânicos pelo Instituto Biodinâmico (IBD)”, acrescenta Thaís.

A Associação Sabores da Terra também se preocupa com a capacitação dos associados. “Cada um desses apicultores tem um plano de negócios que foi construído com auxílio da equipe técnica do IBS e há a possibilidade de abrir para novos interessados. Por enquanto, estamos em uma fase de capacitação”, afirma Thaís.

“Nossa associação se formou observando a condição de que a região do Vale do Ribeira não tem agricultura industrial, por não ter uma geografia plana. Entendemos, então, que a melhor opção para gerar renda para os produtores seria pela apicultura e o projeto então se desenvolveu”, explica Márcio Gomes da Piedade, presidente da Associação Sabores da Terra.

Marcio ressalta ainda a qualidade ímpar da água da região, pois vem de fontes preservadas, por isso o mel tem características especiais. “Não é um mel apenas silvestre; é também um mel floral, porque tem 780 flores catalogadas no Vale do Ribeira”, finaliza Márcio.

Fonte: SIMA/SP

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