Coordenador do IBS na condução da dinâmica de grupo. Fotos: Regina Groenendal
A partir de abril, um grupo de 100 técnicos do Programa Leite Forte começa a realizar a assistência técnica a produtores de leite do Mato Grosso do Sul. Entre os dias 25 e 26 de março, veterinários, agrônomos, zootecnistas e técnicos agrícolas de diversos municípios do Estado participaram de um treinamento sobre a metodologia que será utilizada no trabalho a campo.
Realizado na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Extensão Rural (Sinterpa), em Campo Grande, o treinamento é o desdobramento de capacitação de duas semanas realizada no Núcleo de Transferência, Treinamento e Capacitação em Pecuária de Leite (Nuttec), da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco, Minas Gerais. A previsão é que mais 50 técnicos sejam treinados nos próximos dias, totalizando 150 profissionais que deverão atender a todos os municípios do Mato Grosso do Sul.
O Programa Leite Forte é desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), além da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite do Mato Grosso do Sul.
Marcus Rodrigo de Faria: “A capacitação dos técnicos é uma etapa fundamental para que sejam atingidos os objetivos do programa”
O objetivo do Leite Forte é aumentar, de forma sustentável, a produção, a produtividade e a qualidade do leite, assim como melhorar a renda dos produtores sul-mato-grossenses, com a utilização de novas tecnologias e técnicas que desenvolvam a capacidade de organização em grupo. “A capacitação dos técnicos é uma etapa fundamental para que sejam atingidos os objetivos do programa”, ressalta o gerente de agronegócios do Sebrae/MS, Marcus Rodrigo de Faria.
Abordagem eficiente
O representante do Sebrae observa que os técnicos atuarão diretamente com as demandas dos produtores e, por isso, é essencial que estejam orientados para uma abordagem eficiente, no conteúdo (específico para a pecuária leiteira) ou na didática (linguagem acessível para uma boa assimilação por parte dos produtores).
Antônio Heije Kusano: “Esses treinamentos são uma excelente oportunidade de reciclagem”
“Nossa preocupação é oferecer uma capacitação de nivelamento, conceituando como trabalhar uma propriedade de leite, o que precisa ser abordado com o produtor, qual o caminho a ser seguido em cada propriedade, qual a melhor forma de aplicar determinada tecnologia ou sistema de produção. Por isso, buscamos a parceria da Embrapa Gado de Leite de Minas Gerais que é referência no Brasil e no exterior sobre pesquisas na área”, explica Marcus Rodrigo de Faria.
No trabalho de fomento à pecuária leiteira que vem sendo realizado pelo Sebrae no Estado, são utilizadas as unidades Vaca Móvel (de monitoramento da qualidade do leite), Rufião Móvel (monitoramento reprodutivo) e o Agromóvel (para manejo nutricional e de rebanho, além de orientação sobre despesas e receitas). A tecnologia das unidades móveis é disponibilizada pelo Instituto BioSistêmico (IBS), empresa contratada pelo Sebrae para realizar a consultoria nas propriedades rurais.
Durante o treinamento em Campo Grande, o coordenador técnico do Instituto BioSistêmico no Mato Grosso do Sul, Fabiano Galli Gil, realizou uma dinâmica de grupo com os 100 técnicos. “Definimos o que deverá ser abordado com os produtores a cada mês, considerando condições climáticas, a fase em que o produtor está dentro da propriedade, entre outros aspectos”, relata Fabiano Galli.
O agrônomo Antônio Heije Kusano, da unidade da Agraer de Dois Irmãos do Buriti, vem participando das capacitações. “Esses treinamentos são uma excelente oportunidade de reciclagem. Eu já tenho experiência em assistência técnica voltada para a pecuária leiteira, mas o conhecimento adicional é sempre bem-vindo”, declara Antônio, que atua há cinco anos na região.