No IBSgen, é realizada a fertilização in vitro para o melhoramento genético de rebanhos bovinos.
O desafio de facilitar o acesso à tecnologia de ponta para o desenvolvimento da pecuária das regiões Norte e Nordeste tem sido cumprido com excelentes resultados pelo IBSgen. Operando em Natal-RN desde setembro de 2015, o laboratório de melhoramento genético animal do Instituto BioSistêmico (IBS) atendeu mais de 200 produtores de bovinos de leite e de corte em 78 municípios nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Amazonas.
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Com o uso da técnica de fertilização in vitro (FIV) na reprodução de bovinos leiteiros, por exemplo, o caminho da seleção e do melhoramento genético pode ser encurtado em pelo menos três gerações ou cerca de 10 anos de seleção, o que permite rápidos saltos na produção e na qualidade do leite.
Para se ter uma ideia, no caso de um rebanho de produção média de 4.000 kg de leite/lactação, se fosse utilizada a inseminação artificial com sêmen de um touro que adicione 500kg de leite/lactação às filhas, seriam necessários cerca de 30 anos para se obter uma fêmea com produção de 9.000 kg de leite/lactação. Por meio da FIV, utilizando-se uma fêmea superior (9.000kg/lactação) de outro rebanho e o sêmen sexado do touro do exemplo acima, já na primeira geração (três anos) seria possível obter uma fêmea com produção média de 9.500kg/lactação.
Juliano Montenegro com a vaca classificada como a melhor fêmea jovem ¾ da raça Girolando, na Megaleite.
Pensando em potencializar o melhoramento genético do rebanho leiteiro da propriedade da família em Parnamirim-RN, o produtor Juliano Salustiano Dutra Montenegro tem investido em FIV nos últimos anos e está muito satisfeito com a facilidade de acesso e os resultados alcançados. “Em 2009, produzíamos 60 litros de leite por dia. Atualmente, produzimos 1.000 litros por dia e nossa meta é chegar a 2.500 litros a partir de 2018”, afirma o produtor que é atendido pelo IBS há mais de 5 anos no Projeto Leite e Genética do Sebrae no Rio Grande do Norte.
Duas vacas da raça Girolando do seu rebanho foram premiadas na Megaleite Nordeste realizada na 7ª Expoalagoas Genética em Maceió-AL, entre os dias 17 e 21 de maio. Uma delas foi a Grande Campeã ½ sangue e a outra, que é fruto do CRIATF – programa de melhoramento genético do IBS que utiliza a inseminação artificial por tempo fixo, foi classificada como a melhor fêmea jovem ¾.
“O IBSgen facilitou nosso objetivo de incluir a venda de genética no portfólio da nossa propriedade. Sem um laboratório de melhoramento genético que realiza FIV aqui perto, isso ficaria inviável. No dia 12 de agosto, pela primeira vez, vendemos genética para fora do Estado, durante a Exposição de Pecuária em Salvador-BA. Comercializamos prenhez da grande campeã da Megaleite Nordeste, o que foi possível a partir do trabalho do IBSgen”, destaca.
O produtor Jaldecino pretende alcançar uma média 1.000 litros de leite por dia.
Na Fazenda Alvorada, no município de Jacaraú na Paraíba, o produtor Jaldecino Lopes da Crus Gouveia nunca tinha utilizado a técnica de fertilização in vitro para o melhoramento genético do rebanho até dois anos atrás, quando começou a ser atendido pelo IBSgen por meio de um projeto de fomento à pecuária leiteira do Sebrae na Paraíba. “Atualmente, produzimos 240 litros de leite por dia, mas com o melhoramento genético andando a passos largos com a FIV pretendemos atingir a meta de 1.000 litros por dia em breve”, relata.
Segundo Jaldecino, o atendimento do IBSgen é completo, pois se há algum problema no rebanho, os técnicos avaliam e fazem as recomendações necessárias para a resolução da questão.
“As vacas não estavam ciclando e o médico veterinário João Euller recomendou o ajuste de mineralização na dieta do rebanho. Uma medida simples que resolveu o problema e colaborou para o bom andamento dos procedimentos para a realização da FIV com a transferência de embriões. Estou muito satisfeito, pois vejo que são profissionais atentos a todos os detalhes que podem interferir no resultado final”, destaca.
Genética Local Melhorada
De acordo com o responsável técnico pelo laboratório, o biólogo Fabrício da Silva Gimenes, o trabalho do IBSgen é de fundamental importância para o melhoramento genético dos rebanhos nas regiões Norte e Nordeste, pois permite um grande salto na produção e qualidade do leite ou da carne, com excelência em sua genética, além de acelerar a multiplicação de animais de alta produção.
“Além de permitir um ganho de tempo e de velocidade na seleção genética, a FIV permite também que o produtor mude rapidamente a característica do seu rebanho, selecionando animais com alto potencial produtivo”, explica o biólogo.
Ele destaca que a presença do IBSgen na região contribui para que os produtores do Rio Grande do Norte e de Estados vizinhos despontem como futuros donos de rebanhos geneticamente melhorados.
“O grande diferencial é que estamos fazendo o melhoramento genético dos rebanhos já bem adaptados às características da região, ou seja, estamos produzindo animais de alta performance e com resistência às dificuldades climáticas da região”, complementa.
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