Produção orgânica de pimentão: trabalho voltado à nutrição das plantas e correção e adubação via solo, controle de pragas e doenças com produtos biológicos e alternativos .
Na agricultura, o uso intensivo de agrotóxicos sintéticos pode causar diversos problemas, como a contaminação dos alimentos, do solo, da água e dos animais, a intoxicação de agricultores, além de contribuir para a resistência de pragas a princípios ativos. Isso resulta no desequilíbrio biológico com redução da biodiversidade. Uma alternativa mais sustentável é o controle biológico, que tem como premissa controlar as pragas e os insetos usando seus inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitóides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias.
O controle biológico é considerado um método de controle racional e sadio, que tem como objetivo final utilizar esses inimigos naturais que não deixam resíduos nos alimentos e são inofensivos ao meio ambiente e à saúde da população. Pensando nos benefícios do controle biológico, o Instituto BioSistêmico (IBS) vem disseminado o método no Estado de São Paulo, por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), para os agricultores atendidos no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e no Programa Cadastro de Terras e Regularização Fundiária (PCRF), ambos desenvolvidos pela Agência Nacional de ATER (ANATER).
Conforme destaca o engenheiro florestal Reinaldo Lopes, que atua na ATER desses programas pelo IBS, os defensivos de origem natural ou biológica, além de serem eficientes no combate às pragas e doenças e não degradarem o meio ambiente, são de baixo custo e de fácil acesso hoje em dia. “Estamos utilizando com excelentes resultados nas culturas de pimentão, pepino, tomate e nas culturas de frutas, como banana e uva. As pragas são lagartas, cochonilhas, nematoides fungos, ácaros e insetos em geral”, relata.
Reinaldo explica que é um conjunto de fatores que contribuem na prevenção de ataques de pragas e doenças. “É importante cuidar da fertilidade do solo, base para uma boa nutrição das plantas. Isso favorece um bom desenvolvimento da cultura, o que, associado ao manejo correto, contribui para a baixa população de pragas e doenças”, afirma.
“Trabalhamos com a agricultura familiar e grande parte dos produtores atendidos aprenderam que os produtos químicos são indispensáveis para se produzir alimentos. Mas as pragas e doenças estão adquirindo resistência aos produtos utilizados e, com isso, eles não conseguem fazer o controle adequado”, ressalta a engenheira agrônoma Juliana Trettel que atua na coordenação das atividades do IBS no PNCF e no PCRF.
Juliana afirma que essa forma de tratamento mais sustentável tem contribuído também para reduzir os gastos com produtos químicos. “Procuramos trocar experiências com os produtores nesta área do controle biológico, mostrando que ele pode encontrar melhores resultados trabalhando com produtos naturais, melhorando seu estilo de vida e saúde, garantindo melhor rendimento e produtos de qualidade para o consumidor”, acrescenta.
