
Procedimento de aspiração dos oócitos das vacas matrizes
O inatingível para alguns é o sonho possível daqueles que acreditam e apostam nas mudanças. Os projetos Gene Leite e Gene Corte foram concebidos como ações possíveis e transformadoras da realidade da pecuária do Rio Grande do Norte. Desenvolvidos pelo Sebrae/RN, os projetos reúnem o que há de mais avançado em tecnologia de reprodução animal, com a disseminação de genética de qualidade, por meio da fertilização in vitro (FIV) com transferência de embriões.
Os atendimentos aos criadores de gado de leite e de corte são executados pelo Instituto BioSistêmico e a fertilização in vitro é realizada no laboratório da FertVitro, em São José do Rio Preto-SP. O IBS coordena toda logística de seleção das vacas matrizes, coleta do material genético, transporte aéreo de ida e volta entre Natal – RN e São José do Rio Preto – SP, além do implante dos embriões nas vacas receptoras, que recebem acompanhamento nos meses posteriores.
São percorridos cerca de 6 mil quilômetros, contando ida e volta entre os Estados do Rio Grande do Norte e São Paulo. O material genético é colhido por médicos veterinários em propriedades da Grande Natal e do interior do Estado. Para o transporte, o material é devidamente acondicionado em uma embalagem, com controle de temperatura, que garante as condições ideais para os procedimentos.
Vantagens

Os projetos possibilitam que os melhores animais sejam multiplicados
Conforme explica o diretor da unidade IBSpec, o médico veterinário Daniel Delefine, em condições ideais, uma vaca terá uma média de 10 crias ao longo da vida. Dessas dez crias, possivelmente 50% seriam machos e 50%, fêmeas. “Com um processo como o da FIV, a mesma vaca pode deixar 100, 150 bezerras que poderão replicar todo um potencial genético daquela mãe, dez, quinze vezes maior que ela poderia fazer em condições naturais”, complementa.
Para o gestor do projeto Leite e Genética do Sebrae/RN, Acácio Sânzio de Brito, a concretização do projeto em parceria com o IBS foi um grande desafio para melhorar o perfil genético dos rebanhos com elevação dos indicadores de produção e de produtividade. “Mesmo sem um laboratório de maturação dentro do Estado, proporcionamos ao criador, independentemente do porte da propriedade, que ele possa multiplicar os seus melhores animais”, ressalta.
Até o momento, foram registradas 150 prenhezes nas propriedades atendidas. Para 2015, o plano do IBS é abrir um laboratório de desenvolvimento embrionário, em parceria com o Sebrae /RN. A ideia é simplificar a logística do projeto para a fertilização in vitro, além de fomentar ainda mais a pecuária do Estado com o investimento em tecnologia para o melhoramento genético. Com a novidade, o sonho, que poderia parecer impossível para muitos, irá se tornar uma realidade ainda mais abrangente.

Dados de janeiro de 2013 a julho de 2014, para projetos nos estados de SP, MS, PB e RN.