Oficina de beneficiamento da banana.
O trabalho do Instituto BioSistêmico (IBS) no Projeto Bahia Produtiva está no terceiro ano de execução, atendendo a 24 associações e cooperativas de agricultores familiares, distribuídos por 11 municípios da região Oeste do Estado da Bahia. São organizações formais, associações ou cooperativas de agricultores ou pescadores artesanais beneficiários de projetos de investimento em diferentes cadeias produtivas, ou projetos especiais, assim denominados por atenderem públicos específicos, caso de comunidades quilombolas e indígenas.
De acordo com Sidnei Niederle, que atua como coordenador pedagógico pelo IBS no Bahia Produtiva, em mais de dois anos de atuação, o IBS vem desenvolvendo ações dinâmicas e atentas aos objetos de investimento dos subprojetos acompanhados nos Territórios da Bacia do Rio Corrente e Velho Chico, apresentando plena execução do contrato com elogiosa avaliação em termos de qualidade do serviço prestado.
O zeloso empenho e comprometimento da equipe de ATER do IBS foi destacado durante o 4º Encontro do Projeto Bahia Produtiva, realizado nos dias 23 e 24 de julho em Salvador-BA. O evento reuniu a coordenação do Bahia Produtiva e representantes das prestadoras de serviço de ATER, dos 27 territórios de identidade por onde se distribuem subprojetos de apoio e fomento à agricultura familiar do Estado. Na ocasião, foi apresentado o balanço das ações desenvolvidas nos últimos dois anos, assim como foram revisadas orientações estratégicas e planejadas para o período seguinte.
No balanço apresentado no encontro, foi demonstrado que o IBS atingiu 100% da execução do contrato dentro do prazo previsto. “Isto significa que fizemos uma boa gestão do projeto, que conseguimos realizar todas as atividades previstas para os anos 1 e 2, de acordo com as demandas dos empreendimentos”, explica Sidnei Niederle, que participou do encontro, representando a equipe de ATER do IBS.
Gráfico apresentado durante o 4º Encontro do Projeto Bahia Produtiva.
“O atendimento das necessidades dos empreendimentos, de acordo com o momento pelo qual passa cada um deles, é o objetivo principal da atuação da equipe, utilizando as ferramentas disponíveis no projeto para estes atendimentos. A equipe tem se empenhado para conduzir o projeto desta forma, dentro do prazo previsto. O desempenho obtido no projeto nestes 2 anos é fruto do amadurecimento e dedicação da equipe”, observa Claudio Pinheiro, especialista que acompanha o contrato pelo IBS.
Formada por profissionais das áreas agrária e social, a equipe de ATER do IBS adota metodologia de trabalho que privilegia a inclusão e troca de experiências, assessorando no aprimoramento das práticas associativas, a inovação técnica na produção e a capacitação dos produtores nos mais diversos temas de interesse, especialmente os relacionados ao objeto de investimento dos subprojetos do Bahia Produtiva e da garantia de segurança alimentar e nutricional.
As principais cadeias produtivas apoiadas pelo projeto, e que orientam as ações de ATER do IBS, são da bovinocultura de leite, ovinocultura, piscicultura, avicultura, horticultura e fruticultura. Existem ainda empreendimentos cujo investimento será na construção ou qualificação de agroindústrias. Nesses casos, as capacitações do IBS têm sido focadas na organização e melhoria da qualidade da produção agropecuária, com objetivo de abastecer as estruturas de processamento.
Para cada associação ou cooperativa está prevista a contratação de um jovem, preferencialmente com formação técnica, para cumprir a função de Agente Comunitário Rural – ACR. Atualmente, dos 24 grupos atendidos, 18 já contam com um jovem atuando. É responsabilidade da equipe do IBS capacitar e monitorar o trabalho dos ACRs. Este trabalho é feito a partir de oficinas de capacitação e acompanhamento, bem como em visitas da equipe nos empreendimentos. A última oficina foi realizada nos dias 01 e 02 de agosto em Santa Maria da Vitória.
“O que percebemos é que estes jovens estão evoluindo de maneira bastante interessante no trabalho interno, nas comunidades. Então, para este terceiro ano de atuação, fortalecer ainda mais o acompanhamento do ACR será fundamental para que os subprojetos de fato prosperem e as comunidades cresçam em autonomia”, adianta Sidnei. Ele acrescenta que o acesso ao mercado e maior atenção ao tema da segurança alimentar e nutricional, estão entre os temas que deverão ser ainda mais contemplados neste terceiro ano de execução do projeto.
Reconhecimento
Para o agricultor Reinaldo Meira, do Assentamento Mangal I, no município de Sítio do Mato, os técnicos da IBS cumprem muito bem as respectivas atribuições e colaboram para o desenvolvimento do assentamento. “As capacitações e os trabalhos realizados a campo são uma grande oportunidade para as famílias se desenvolverem e tirarem o sustento do próprio assentamento”, ressalta.
Capacitação – produção de galinha caipira
“Estamos muito satisfeitos com o trabalho da equipe do IBS. Aprendemos a cultivar hortas, a fazer compostagem e adubos para melhorar a produtividade. Também aprendemos a produzir os repelentes para combater as pragas”, afirma a agricultora Marina Márcia Reis, Presidente da Associação da aldeia índigena Fulni-ô, no município Serra do Ramalho. Ela acrescenta que seria muito bom para o desenvolvimento da comunidade, se as visitas técnicas pudessem ser mais frequentes.
De acordo com o agricultor Idelino Caetano de Araújo, secretário de Agricultura do município de São Félix do Coribe, e também morador do Assentamento Nova Esperança, a capacitação dos produtores para o cultivo de banana, resultou em aumento da produtividade e da qualidade do produto. Destacou também o curso de beneficiamento da banana realizado com as mulheres da comunidade. “Com esse curso, as bananas passaram a ser aproveitadas na produção de doces, bolos, sorvetes, biomassa de banana, entre outros produtos. Agregamos valor à banana, o que ajuda a aumentar a renda das famílias”, relata.
Conforme Sidnei Niederle afirma em seu depoimento, o que se espera como parte do resultado do trabalho realizado pelo IBS é que as comunidades se desenvolvam com autonomia. Para toda equipe do IBS é gratificante perceber os avanços já conquistados, assim como o reconhecimento de muitas famílias.
Esse reconhecimento é expressado no dia a dia dos atendimentos e concretizado de diferentes maneiras, inclusive em forma de poesia. Foi assim que a agricultora Maria Bella Ferreira, do Assentamento Riacho dos Cavalos, do município Sítio do Mato -BA, resolveu manifestar o seu agradecimento por todo o conhecimento que o trabalho do IBS no Projeto Bahia Produtiva tem proporcionado à sua comunidade. Ela escreveu uma poesia carregada de sentimento, esperança e gratidão. Para conferir a poesia escrita por Maria Bella, clique aqui!
Sobre o Projeto
O Projeto Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, do Governo do Estado da Bahia, a partir de Acordo de Empréstimo firmado entre o Estado e o Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial). O projeto financia subprojetos de inclusão socioprodutiva e é desenvolvido nos 27 territórios de identidade do Estado.
Dentre os objetivos do projeto, estão aumentar a integração ao mercado, promover a segurança alimentar e nutricional, promover a inclusão econômica e social de povos e comunidades tradicionais, fortalecer o associativismo, dentre outros. O IBS executa o lote 3, no Território da Bacia do Rio Corrente, região Oeste do Estado, com escritório na cidade de Santa Maria da Vitória.
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