Ao falar do projeto de fomento à pecuária leiteira, desenvolvido pelo SEBRAE com execução do IBS, é nítido o brilho nos olhos da secretária de Planejamento do Município de Ivinhema, Elaine Cristina Escarmanhani. Ela foi uma das principais incentivadoras para a chegada do projeto na cidade, situada na Região Sul do Mato Grosso do Sul.
“Quando conheci o projeto numa apresentação do SEBRAE, eu logo pensei o quanto seria importante trazê-lo para Ivinhema, onde a produção de leite manteve a economia local até mesmo em tempos de crise”, recorda a secretária.
Depois de organizado um grupo com 17 produtores e encaminhada a demanda para o SEBRAE, o projeto foi iniciado em outubro de 2013 com o atendimento do Rufião Móvel, que realiza a ultrassom no gado para o diagnóstico de gestação. Durante o mês de novembro, os produtores receberam as visitas do Vaca Móvel (monitoramento da qualidade do leite) e do Agromóvel (consultoria para um manejo produtivo mais eficiente).
Segundo Elaine Cristina, Ivinhema tem mais de 2 mil pequenos produtores, dos quais, cerca de 450 atuam na atividade leiteira. “Há alguns anos, com a instalação de usinas de cana de açúcar na região, nós concentramos os esforços na realização de políticas para o desenvolvimento das pequenas propriedades, evitando o êxodo rural em massa na nossa região”, relata.
A secretária ressalta que é papel do gestor público facilitar o acesso a ferramentas que proporcionem o desenvolvimento para determinados setores. “Nesse sentido, contamos com o entendimento do prefeito Eder Uilson França que prioriza as demandas do homem do campo e que nos deu todo o apoio para implantar o projeto SEBRAE para fomentar a produção de leite, o que se inclui nas políticas de desenvolvimento rural”, afirma.
As expectativas são as melhores para a consolidação do projeto. “O grupo ficou muito satisfeito com os primeiros atendimentos. As tecnologias e a informação especializada chegam para impulsionar a produtividade e a qualidade do leite de Ivinhema”, ressalta a secretária. De acordo com ela, a ideia é que o grupo atendido sirva de exemplo para que as ações possam ser ampliadas a um número maior.
NEGÓCIO PRÓSPERO
Um dos 17 produtores atendidos é Marcelo Adriano Costa, que toca o sítio de 35 hectares da família. Nos últimos três anos, ele passou a investir mais no segmento. Atualmente, com 60 vacas em lactação, produz cerca de 850 litros de leite por dia. Com a aquisição recente de mais 20 vacas, a meta é alcançar a média de 1.000 litros diários logo nos primeiros meses deste ano.
Para alimentar o gado, Marcelo cultiva pasto em cinco hectares divididos em 30 piquetes irrigados. “Estou preparando mais 3 hectares de piquetes para reforçar a alimentação do gado. E agora, com a consultoria do projeto vai ficar mais eficiente a correção do solo. Esses tempos, eu perdi mais da metade do que investi em ureia, pois estava colocando o dobro do que era necessário”, relata o produtor.
Marcelo fornece o leite para um laticínio da região, em conjunto com mais dois produtores, somando 2.500 litros entregues diariamente. “Temos que nos unir para ganhar força no mercado. E com esse projeto, vai ficar mais fácil fazer o controle de gestação das vacas, monitorar a qualidade do leite, planejar cada detalhe do sítio, sempre buscando tirar o maior proveito de cada ação. Isso aqui é um negócio e não dá para pensar diferente disso se quisermos progredir”, ressalta.