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Agricultores enfrentam condições climáticas adversas na safra de soja 2015-2016

Colheita na lavoura do agricultor Vilmar Marques. Birigui-SP.

Colheita na lavoura do agricultor Vilmar Marques. Birigui-SP.

A safra de soja 2015-2016 foi marcada pela influência do fenônemo El Niño em diferentes regiões do Brasil. Com a abundância de chuvas no Sul e Sudoeste do País, os agricultores enfrentaram dificuldades, como atraso de plantio, falhas na germinação de sementes, inundações em áreas próximos dos rios, além da interrupção de estradas.

Os desafios impostos pelo fenômeno climático também criaram uma série de dificuldades para a realização da assistência técnica às lavouras pelo programa de agricultura familiar da Cargill. Executado pelo Instituto BioSistêmico, esse programa atende a mais de 2.200 agricultores familiares que cultivam soja em pequenas áreas, nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Por causa do plantio atrasado e do excesso de chuva, houve alta incidência da ferrugem asiática na maioria das regiões. Já as pragas, praticamente não ocorreram durante a safra e, na maior parte das regiões trabalhadas pela assistência técnica do programa, foi possível conduzir a cultura com recomendação de produtos dentro do controle de manejo de pragas e doenças. Conforme explicou o engenheiro agrônomo Aldenir César Colussi, a baixa incidência de pragas foi resultado do clima e também da utilização de produtos fisiológicos e preventivos.

Chuvas em excesso

O produtor Odirlei Martins verifica a área inundada de sua lavoura. Irineópolis-SC.

O produtor Odirlei Martins verifica a área inundada de sua lavoura. Irineópolis-SC.

Durante a safra, os municípios catarinenses de Porto União, Irineópolis, Matos Costa e Canoinhas foram atingidos pelas chuvas em excesso, assim como os municípios da região Centro-Sul do Paraná. Os alagamentos foram frequentes e os acessos às lavouras dificultados. O plantio seguiu atrasado na região, ocorrendo no começo de outubro até final de dezembro. Algumas áreas tiveram problemas de germinação por causa do excesso de chuva e foi necessário fazer o replantio em muitos casos.

No Mato Grosso do Sul, as chuvas também causaram estragos e dificultaram a safra. Por causa da falta de acesso às lavouras em função de pontes arrastadas e estradas interditadas, as máquinas colheitadeiras não puderam chegar em alguns locais para realização da colheita. Houve alguns casos em que foi possível realizar a colheita, mas o escoamento da produção foi prejudicado.

“Foram cerca de quatro meses de chuvas e precisávamos aproveitar qualquer brecha para a realização da assistência técnica”, relatou a engenheira agrônoma Marina Saggin, que atua no assentamento Itamarati em Ponta Porã-MS. Segundo ela, por causa das consequências das chuvas, alguns agricultores armazenaram os grãos na própria área e cobriram com lona, aguardando por condições de transporte, o que acarretou em casos de perdas por apodrecimento dos grãos.

Bons resultados

O consultor Marcio Miranda durante verificação de pragas na lavoura do produtor Paulo Cesar José da Silva, em Paraúna-GO.

O consultor Marcio Miranda durante verificação de pragas na lavoura do produtor Paulo Cesar José da Silva, em Paraúna-GO.

Em Goiás, as chuvas foram abundantes, mas não prejudicaram o andamento da safra de soja. “O plantio foi um pouco tardio, entre o final de outubro e início de novembro, e o período mais chuvoso coincidiu com a fase vegetativa da soja, mas sem grandes problemas. Tivemos áreas com produtividade de 53 sacas a 71 sacas por hectare”, afirmou o técnico agrícola e gestor ambiental, Marcio Miranda Oliveira, que atua na região Sudoeste de Goiás.

Nos municípios paranaenses de Braganei e Corbélia, o plantio ocorreu a partir de 10 de setembro até 10 de outubro, tendo germinação normal da cultura, bem como chuvas abundantes durante o ciclo da soja, com produtividade média de 61 sacas por hectare.

Nas regiões dos municípios paulistas de Birigui, Colina, Guaíra, Ituverava, Jaboticabal e Pirassununga, o plantio ocorreu no período entre 20 setembro e 20 novembro. “As chuvas foram regulares durante todo o ciclo, o que ajudou na germinação e desenvolvimento da cultura. Houve um pouco de excesso de chuva no período de colheita, mas nada que atrapalhasse. As produtividades foram boas, obtendo uma média de 60 sacas por hectare”, informou a engenheira agrônoma, Milena Girotto, que atua nessas regiões de São Paulo.

Confira alguns momentos da Safra 2015-2016 no programa de agricultura familiar da Cargill!

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