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União entre governos, indústria e sociedade pode acabar com a fome

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A Agenda 2030 com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) começou a ser construída durante a Conferência Rio + 20 realizada na capital fluminense em 2012. O documento, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) contempla um conjunto de objetivos e metas, no mínimo, ousadas. Uma delas é a erradicação da fome até 2030.

Os desafios para que isso seja possível são enormes e complexos. Segundo o Relatório Global Sobre Crises Alimentares, lançado em março deste ano, a própria ONU aponta que 51 países no mundo apresentam crise severa de fome. O documento revela que pelo menos 124 milhões de pessoas, a maioria localizadas no continente africano e no oriente médio, são afetadas pelo problema da inanição.

Outro fator que pode contribuir com esses números é o fenômeno da migração – a maior desde a Segunda Guerra Mundial superando 51 milhões de refugiados – que se percebe em países europeus e, mais recentemente, até na América Latina.

Parcerias

Para o analista de projetos da Fundação Cargill, Álvaro Modesto, só uma parceria que inclua governo, indústria de alimentos e sociedade será capaz de viabilizar o cumprimento de uma meta tamanha como a erradicação da fome.

“Não é possível atingir a meta de acabar com a fome sem a união entre governo, indústria e sociedade. Tanto que um dos principais objetivos dos ODS é envolver todos os setores no atingimento delas. Vale lembrar o lema dos ODS: ‘Ninguém pode ficar para trás’. Uma atuação omnidirecional permitirá o alcance de todas as metas dentro do período estipulado”, projetou.

Modesto acrescentou ainda que o setor privado de alimentação no Brasil participou do desenvolvimento dos Princípios Empresariais para Agricultura e Alimentação, que estabelecem um conjunto de valores para as empresas do setor que querem agir de forma responsável, aproximando suas práticas aos resultados esperados pelos formuladores de políticas públicas.

Pioneirismo

O analista da Fundação Cargill assinalou ainda que a indústria alimentícia brasileira também vem trabalhando há alguns anos em programas de erradicação da fome no País juntamente com o governo, num gesto que se antecipa à Agenda da ONU.

“Nos anos 2000 tivemos o programa federal Fome Zero, onde ocorreu um chamamento por parte do governo para que as indústrias alimentícias participassem do programa e desenvolvessem iniciativas. Nessa época, a Fundação Cargill, a partir deste pedido, desenvolveu o Programa De Grão em Grão, que teve 11 anos de duração.

Mas uma outra indagação que surge, e que envolve justamente à indústria alimentícia, passa pela produção de alimentos em larga escala. Afinal, é possível vencer o déficit mundial de pessoas sem acesso aos alimentos?

Álvaro Modesto reitera que a ação conjunta entre governo, indústria e sociedade será possível atingir os objetivos. Argumenta que 193 países ao redor do mundo são signatários da proposta da ONU e que estes já se comprometeram com o cumprimento dos 17 objetivos e 169 metas do documento até 2030.

Cargill na trilha mundial

Modesto assinala ainda que “a Cargill já possui em seu propósito ‘nutrir o mundo de forma segura, responsável e sustentável’ enquanto a Fundação Cargill tem em sua missão ‘promover a alimentação saudável, segura, sustentável e acessível, do campo ao consumidor’, antecipando-se aos objetivos e contribuindo para que as metas, colocadas como desafios para 193 nações, sejam atingidas”.

Ao lembrar os 45 anos de atividades da Fundação, Álvaro Modesto finalizou dizendo que a entidade, em todo o seu período de existência, promoveu soluções em toda a sua cadeia da alimentação (do campo ao consumidor).

No campo das ações, ele destacou os programas Fura Bolo e o De Grão em Grão, que foram executados pela Fundação no passado, levaram a escolas de todos os cantos do País noções de agricultura familiar e sustentabilidade.

“Atualmente, com apoio a projetos pelo edital, temos nossas oficinas e engajamento voluntário com o Semeando Futuro e também com o Lab Alimentação em parceria com Artemisia, que acelera negócios de impacto. A união de todas estas iniciativas são nossa contribuição para uma mudança de cultura e, destacando a importância da alimentação na vida das pessoas. A Fundação busca cada vez mais incentivar projetos e ações que buscam inovação e impacto social cada vez maior na sociedade brasileira”, encerrou.

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