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Nordestinos e franceses discutem produção e consumo de lácteos

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Depois de um período de sete anos castigados por uma estiagem que praticamente dizimou os rebanhos da região, os estados nordestinos estão pleno processo de recuperação da produção de leite e têm pela frente desafios a serem vencidos. Potencializar o consumo dos derivados lácteos e a ampliação de mercado para os queijos artesanais fora das regiões produtoras estão entre os principais.

Por isso, integrantes da bovinocultura leiteira, indústrias e queijarias estão reunidos para debater esses assuntos no 15° Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel), que foi aberto nesta segunda-feira (5), no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim (RN).

O evento busca compreender as transformações que estão ocorrendo no campo, antever as tendências de consumo e vislumbrar e aproveitar as oportunidades que surgem principalmente para pequenos produtores.

Até o dia 7, mais de duas mil pessoas de todos os estados da região estarão participando de palestras, painéis, atividades técnicas práticas, oficinas gastronômicas, concursos de queijos, minicursos, maratona tecnológica, exposições e leilões de animais leiteiros.

O Enel começa já em meio a discussões sobre a valorização e defesa do queijo artesanal. “É um motivo de alegria participar do Eenl porque o evento nasceu aqui [RN] e por ser um dos mais importantes eventos do setor no país.

Essa edição vem com uma oportunidade de troca de conhecimento e geração de novos negócios”, projetou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RN, Marcelo Fernandes de Queiroz, que destacou os resultados do projeto Leite & Genética que já melhorou o padrão genético de 10 mil animais. “Estamos levando inovação e tecnologia para o campo através do programa Sebraetec”.

O diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, também ressalta a programação desta edição do Enel, que terá uma queijeira artesanal montada no parque e também o Vacaton, uma maratona de ideias inovadoras voltadas para a pecuária leiteira e demais elos da cadeia produtiva.

“É um evento ousado, corajoso e competente”, define e continua: “Hoje, podemos fazer um evento com uma legislação aprovada. E em parceria com o governo vamos padronizar 39 queijeiras, que serão adequadas e adaptadas às exigências da nova legislação”. Trata-se de uma parceria entre Sebrae e Governo Cidadão, que vão investir cerca de R$ 31 milhões, com recursos do Banco Mundial, nessa cadeia produtiva.

A cerimônia de abertura foi realizada no Tattersal da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc) e contou com a participação de uma delegação Guilde Internationale des Fromagers, Confraria Internacional de Mestres Queijeiros da França que reunir pessoas relacionadas à cadeia produtiva do leite em todos os níveis e no mundo inteiro, transmitindo o saber queijeiro. Roland Barthelemy apresentou a delegação.

Com 5.600 membros em vários países, a Guilde vem pela primeira vez ao Brasil e conhece de perto o Nordeste e sua tradição na produção dos queijos de coalho e de manteiga, estes feitos no tacho de bronze e ao fogo à lenha. A delegação é composta por 17 integrantes, entre eles o presidente da Federação de Queijeiros da França, Claude Maret, que também participou da abertura do Enel. A entidade reúne 3.500 boutiques de queijos na França.

Durante a solenidade, a Guilde homenageou personalidades do Nordeste ligadas ao fazer queijeiro. Acácio Brito, que é gestor do projeto Leite & Genética do Sebrae-RN e coordenador do 15º Enel, foi um dos homenageados e agraciados com medalha e uma estatueta da Guilde. Adriana Lucena, Adriano Gurgel e Joaquim Dantas Duarte também receberam a mesma homenagem. O Enel é uma realização do Sebrae em parceria com Anorc, Governo do Estado, Faern e conta com apoio de diversos outros parceiros.

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