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Laboratório ajuda produtores a repovoar rebanhos no estado

Laboratório aplicará técnica da fertilização in vitro para gado bovino. Foto: Moraes Neto - Sebrae/RN

Laboratório aplicará técnica da fertilização in vitro para gado bovino. Foto: Moraes Neto /Sebrae-RN

Natal – Os bovinocultores potiguares já contam com tecnologia de ponta na área de melhoramento genético animal. Isso só foi possível com a abertura do Laboratório de Melhoramento Genético Animal, inaugurado nesta terça-feira (1). Resultado de uma parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Norte e o Instituto BioSistêmico (IBS), a estrutura já está a disposição dos produtores do estado e vai realizar procedimentos, como a fertilização in vitro, contribuindo para que pequenos, médios e grandes produtores possam repovoar o gado de forma sustentável. Além disso, o laboratório ajudará a aumentar o padrão genético do rebanho bovino do RN, praticamente dizimado em função da estiagem que assola o semiárido nos últimos anos.

“Para poder expressar todo o potencial genético, os animais melhorados geneticamente têm uma performance melhor e demandam alimentos de boa qualidade. Com a tecnologia da fertilização, o proprietário do gado vai passar a ter quatro vacas que comem menos que 10 animais da mesma espécie, produzindo 25 litros de leite por dia. Isso permite que o produtor passe pelas adversidades da seca, já que uma equipe de consultores, agrônomos e zootecnistas vão ajudar na produção de alimentos, seja através da plantação da palma (espécie de cacto) ou de capineiras,” destacou o diretor corporativo do Instituto BioSistêmico (IBS), Luís Henrichsen, em Natal, durante a inauguração do Laboratório de Melhoramento Genético Animal, que, com o apoio do Sebrae, vai facilitar o acesso dos produtores no projeto Leite e Genética, através das ações Gene Leite e Gene Corte.

O projeto tem o objetivo de desenvolver a produção de leite e carne, melhorar a gestão econômica rural, promover o manejo nutricional e sanitário do rebanho, para melhorar o potencial genético das crias. Apesar de atender no momento apenas o território potiguar, a perspectiva é de abranger os serviços para outros estados da região Nordeste e Norte do país.

“A medida vai ajudar a melhorar a bacia leiteira do estado e a aumentar a produção de carne de gado, pois a tecnologia leva modernização ao homem do campo e garante um material genético de alta qualidade” José Vieira – Presidente do CDE do Sebrae-RN

Da esquerda para direita: Daniel Defelfine (diretor da unidade IBSpec), Luís Henrichsen (diretor corporativo do IBS) e Acácio Sânzio de Brito (gestor do Sebrae/RN). Foto: Moares Neto- Sebrae/RN

Da esquerda para direita: Daniel Rodrigues Delefine (diretor da unidade IBSpec), Luís Henrichsen (diretor corporativo do IBS) e Acácio Sânzio de Brito (gestor do Sebrae/RN). Foto: Moares Neto/Sebrae-RN

Segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte, José Álvares Vieira, que também é presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RN, o laboratório representa um avanço na pecuária do estado, sobretudo na vida dos milhares de produtores de bovinos, já que com o apoio do Sebrae e do IBS, o Projeto Leite e Genética leva ao homem do campo a tecnologia da Fertilização In Vitro (FIV), através da Vaca Móvel, Rufião Móvel e Agromóvel. “A medida vai ajudar a melhorar a bacia leiteira do estado e a aumentar a produção de carne de gado, pois a tecnologia leva modernização ao homem do campo e garante um material genético de alta qualidade”, afirma.

De acordo com o diretor Superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, mais conhecido como Zeca Melo, o projeto vem se mostrando positivo na vida dos produtores rurais do estado. “Atualmente, cerca de 240 produtores estão sendo atendidos. No entanto, a perspectiva é que haja uma prospecção de 400 produtores até 2018. Vale salientar que até o momento temos 414 fertilizações confirmadas e mais de nove mil animais com 52% de produtividade aprovada. Isso demonstra que o estado tem potencial para ser cada vez mais um dos melhores produtores de gado do país”, comenta Moraes Neto.

Com uma equipe composta por sete profissionais, o IBS Gen tem capacidade de produzir quase cinco mil embriões ao mês. O investimento é da iniciativa privada e é orçado em cerca R$ 500 mil em equipamentos de última geração, projetados para agregar a sala de lavagem (responsável pela esterilização e secagem de materiais), sala de cultivo (onde é feita a parte de produção de fertilização, maturação e avaliação de sêmen) e sala de meios (lugar feito as produções dos embriões). Com isso, o laboratório vai atender os pequenos, médios e grandes produtores da bacia leiteira potiguar.

Com a fertilização in vitro, o produtor vai passar a aumentar o rebanho com maior velocidade, já que uma vaca matriz deixa de gerar até 10 filhotes, e passa a gerar no máximo 100 filhotes, fazendo aumentar a produtividade da produção de leite. “O laboratório demonstra que o estado dá um passo no desenvolvimento da produção leiteira. Por isso, o produtor passa a ter mais competitividade no mercado. Isso favorece o produtor de leite, e com certeza, o nosso rebanho será valorizado”, afirma o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite do Rio Grande do Norte (Sinproleite), Marcelo Passos.

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