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Ação do “Vaca Móvel” leva tecnologia para produtores de leite no interior do Maranhão

Desde o mês passado, municípios que participam de projetos de Desenvolvimento do Setor Leiteiro capitaneados pelo Sebrae-MA receberam a visita da “Vaca Móvel”, uma unidade com laboratório itinerante para medir a qualidade do leite produzido nessas áreas. Os municípios selecionados para receberem a visita da unidade foram Imperatriz, Açailândia, Santa Inês e Bacabal – último destino maranhense, onde o Vaca Móvel permanece até este domingo (04).

A ação complementa as atividades do Programa Balde Cheio, uma metodologia desenvolvida por Sebrae e Embrapa, que tem alcançado bons resultados na melhoria da qualidade do rebanho e aumento da produtividade leiteira. O “Vaca Móvel” é um laboratório itinerante montado dentro de uma Van para analisar a qualidade do leite e as condições de higiene durante a ordenha. Nas visitas foram feitas análises físico-química sobre coloração, viscosidade, porcentagem do teor de gordura, porcentagem do extrato seco desengordurado, aguagem no leite, de proteína, quantidade de sólidos totais, densidade do leite, temperatura e congelamento e graduação da acidez. No total, 85 produtores atendidos pelas Unidades de Negócios do Sebrae em Imperatriz, Açailândia, Santa Inês e Bacabal tiveram o rebanho analisado pelo Vaca Móvel.

O produtor rural Everaldo Silva dos Santos é criador de gado leiteiro há mais de 20 anos. Dono da Chácara Pantanal, em Santa Inês, o produtor vive exclusivamente dessa atividade e, através dela, sustenta a mulher e os três filhos.

Possuindo um rebanho de 22 vacas leiteiras – 15 delas em lactação, Everaldo começou a ser atendido pelo Projeto Balde Cheio há menos de 6 meses. Sua produtividade atual é de 260 l / dia, ou 17,5 l / animal / dia. A meta é chegar a uma produtividade de 20 l / animal / dia. Toda sua produção é vendida para uma microempresa instalada na região.

“Apesar do pouco tempo participando do Balde Cheio, já posso dizer que mudei minha maneira de pensar minha atividade. Ganhei mais conhecimento e técnica e fortaleci minha experiência. A visita da Vaca Móvel foi muito positiva para aumentar meu nível de conhecimento. Recebi novas orientações e as observações do consultor foram muito proveitosas. Segundo o consultor, minha propriedade conseguiu atender 80% dos itens necessários para chegar ao nível de qualidade do leite desejado”, orgulhou-se o produtor rural.

Alexandre Santos Costa Marinho é consultor do Projeto APL Leite e Derivados e acompanhou as visitas da Vaca Móvel em todo o estado do Maranhão. Ele conta que, das 14 análises realizadas durante as visitas às propriedades, duas foram enviadas para laboratórios em São Paulo. Outras foram realizadas no momento da visita e entregues no mesmo dia aos produtores. A expectativa é que até o próximo dia 10 os produtores recebam os resultados das análises feitas fora do estado.

“A nova ferramenta teve boa aceitação e percebemos um grande esforço dos produtores em seguir as normas e orientações que repassamos. Apesar disso, o cenário ainda não é o ideal. Percebemos que é preciso melhorar, sobretudo, no que se refere às técnicas de manejo do rebanho, essencial para aumentar a qualidade do leite”, avaliou Alexandre Marinho. Ele acrescentou que há uma negociação em andamento para tornar a vinda do Vaca Móvel ao Maranhão regular, como acontece em outros estados.

O consultor informou também que, provavelmente em fevereiro, o Maranhão deve receber outra unidade móvel de análise de rebanho. O Rufião é uma unidade que também percorre vários estados brasileiros medindo o nível reprodutivo dos rebanhos.

Balde Cheio – O programa Balde Cheio consiste em um conjunto de ações para melhoramento da alimentação das vacas leiteiras partindo do princípio de que não importa a qualidade genética do animal se ele não tem uma boa alimentação. Para alcançar esse objetivo é reservado um lote de terra, em torno de 1 hectare, e dividido esse espaço em 28 piquetes.

Os piquetes são divididos com cerca elétrica, em virtude dos custos serem menores que a cerca tradicional. Os animais ficam em um piquete por dia. Dessa forma, o pasto do primeiro piquete, por exemplo, tem tempo de ser tratado e trabalhado, para que após 27 dias as vacas possam se alimentar novamente com o capim mais fortificado.

Outro fator que contribui para o crescimento saudável do capim é o sistema de irrigação, que faz com que o alimento fique bom o ano inteiro, independente da ocorrência de período chuvoso. O desafio depois dessas etapas de melhoria do pasto e de manejo dos animais é melhorar a comercialização do produto.

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