Negócio Rural

Minha História: Sistema Agroflorestal recupera a biodiversidade e garante produção o ano inteiro

José Ferreira: “Os técnicos do IBS me ensinaram a tirar o melhor proveito do terreno”. Foto: Regina Groenendal/IBS

José Ferreira: “Os técnicos do IBS me ensinaram a tirar o melhor proveito do terreno”. Foto: Regina Groenendal/IBS

Tirar o sustento do solo sem degradá-lo e repor os nutrientes para que permaneça fértil. Assim pode ser definido o ciclo virtuoso dos Sistemas Agroflorestais, também conhecidos como SAF’s que estabelecem a plantação de espécies agrícolas e florestais em uma mesma área. O objetivo principal é o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, que respeite e preserve os recursos naturais existentes.

Há cerca de cinco anos, o assentado José Ferreira de Sousa, do Núcleo Mario Lago do PDS da Barra no município de Ribeirão Preto-SP, iniciou a implantação de um SAF. Hoje, com a diversidade de cultivos no lote, ele tem produção de frutas e hortaliças garantida durante o ano inteiro. Entre os produtos, estão banana, mamão, maracujá, limão, cajá, manga, chicória, almeirão, escarola, quiabo, jiló e milho, além de iniciar a recomposição florestal do terreno com mudas de espécies nativas e exóticas.

No lote de 1,7 hectare, tudo é aproveitado para preservar o solo e manter a fertilidade. A água da chuva é captada em uma cisterna e utilizada para irrigação. O esgoto da casa é tratado por meio de fossas sépticas, o que evita a contaminação do solo. A cerca viva formada por arbustos de gliricídia continua a produzir galhos e folhas que são podados e utilizados para a compostagem com outros materiais provenientes do terreno.

Atendido pela equipe do Instituto BioSistêmico que atuou na região em projeto do INCRA/SP, José garantiu que a assistência técnica do IBS contribuiu desde o início da implantação do SAF. “Cada dia, eu aprendia um pouquinho mais e os técnicos do IBS me ensinaram a tirar o melhor proveito do terreno com os recursos que tenho aqui, tudo de um jeito bem planejado para alcançar os objetivos estabelecidos”, relatou.

De acordo com José, há cerca de dois anos, a família dele consegue tirar o sustento da terra, com a venda dos produtos cultivados no lote. “Isso é uma grande conquista, pois nem sempre foi assim. Eu precisava fazer alguns bicos para complementar a renda e hoje nem meus filhos precisam trabalhar fora. Eles me ajudam na gestão, produção e comercialização dos produtos”, destacou.

A comercialização dos produtos é realizada por meio da Cooperativa Comuna da Terra que reúne produtores agroflorestais da região de Ribeirão Preto. Além da participação em uma feira semanal promovida toda quinta-feira em um parque da cidade, são comercializadas cestas de produtos agroflorestais para uma rede de clientes cadastrados. As cestas são entregues semanalmente em diferentes pontos de distribuição na cidade. José Ferreira garante que é um excelente negócio, pois a venda é garantida e a clientela fica muito satisfeita em receber produtos saudáveis e de qualidade.

Os galhos e folhas extraídos da gliricídia servem para compostagem. Foto: Regina Groenendal/IBS

Os galhos e folhas extraídos da gliricídia servem para compostagem. Foto: Regina Groenendal/IBS

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