Negócio Rural

Minha História: Produtor vende as matrizes e se concentra no desenvolvimento das novilhas

Bom resultado no CRIATF: de 10 novilhas inseminadas, 9 emprenharam.

Bom resultado no CRIATF: de 10 novilhas inseminadas, 9 emprenharam.

Por causa de períodos de estiagem prolongada, muitos produtores de leite do Sertão Paraibano pensam em desistir da pecuária leiteira. Não foi diferente o pensamento do produtor Raimundo Lopes Muniz Filho, atendido desde 2011 pelo Instituto BioSistêmico no Projeto de Desenvolvimento Setorial do Agronegócio da agência regional do Sebrae de Pombal. No sítio de 22 hectares, no município de Jericó, ele começou a ter prejuízo, pois o que produzia não cobria os gastos com alimentação para o gado.

“Com a consultoria do IBS, eu consegui estruturar o sítio, selecionar o rebanho que passou a ter boas vacas leiteiras. Mas sem alimento e com a falta de água, estava cada vez mais difícil manter o gado. A solução encontrada foi vender as matrizes e ficar com as novilhas”, relembra Raimundo.

Para que ele não ficasse sem produção de leite por muito tempo, as novilhas passaram a receber uma dieta suplementar. “Monitoramos mensalmente, com pesagem e ajustes na alimentação. Quando os animais atingiram 350 quilos, fizemos a inseminação por meio do CRIATF, programa de inseminação artificial por tempo fixo, e obtivemos um excelente resultado. Das 10 novilhas inseminadas, 9 emprenharam”, relata Fernando Gomes, coordenador de projetos do IBS na região Nordeste.

As estratégias bem planejadas e executadas garantiram a permanência de Raimundo na atividade leiteira. “Antes do projeto, eu criava as vacas soltas sem planejamento nenhum. Com a consultoria, fiz os piquetes para a pastagem, instalei a irrigação por gotejamento e passei a plantar palma, o que não existia por aqui e quase ninguém acreditava que daria certo”, destaca Raimundo.

As novilhas que receberam dieta suplementar em 2014 rendem cerca de 18 litros de leite por dia.

As novilhas que receberam dieta suplementar em 2014 rendem cerca de 18 litros de leite por dia.

O cultivo de palma deu certo na propriedade de Raimundo, assim como para a maioria dos produtores atendidos pelo projeto. As palmas foram cultivadas no Centro de Difusão de Tecnologia do IBS que funciona na Fazenda Areia Branca, em Pombal. Neste local, foi realizado um dia de campo em agosto de 2013 para distribuição de mudas e sementes de palma para disseminação da cultura na região.

A palma foi indicada pelos consultores do IBS por ser uma planta que exige pouca água para se desenvolver e serve para alimentar o gado. A vantagem é que a planta ajuda a matar a sede dos animais, pois tem boa reserva de água na sua composição, o que a torna uma excelente aliada para enfrentar os efeitos da seca.

“Nunca pensei que fosse dar certo plantar palma, não sabia fazer silagem, não planejava nada. Tudo mudou. A qualidade do leite, o manejo para alimentar melhor o rebanho, o planejamento agora faz parte da minha rotina. Hoje, estou preparado para enfrentar a os períodos de seca e meu sítio passou a ser gerido como uma unidade de negócio lucrativo”, relata o produtor.

O negócio deu tão certo que ele levou um dos filhos, o jovem Renê Lopes para trabalhar no sítio, há cerca de seis meses. “Pela primeira vez, nosso empreendimento rural está dando certo. Antes, eu pagava para produzir leite, tinha 20 vacas para produzir 60 litros de leite por dia. Hoje, as novilhas que desenvolvemos em 2014 rendem uma média de cerca de 18 litros de leite por dia. Com 16 vacas, produzo mais de 300 litros de leite por dia. Isso prova que informação, tecnologia e boa gestão fazem toda diferença num negócio rural”, pontua Raimundo que pretende aumentar ainda mais a produção leiteira no sítio da família.

Para enfrentar a seca, Raimundo aderiu ao cultivo de palma

Para enfrentar a seca, Raimundo aderiu ao cultivo de palma

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