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Minha História: Inovação tecnológica possibilita bons resultados em fazenda centenária

A família Barreto está no local há mais de 70 anos. No registro, Gutemberg com seus pais em frente à casa da família. Fotos: Regina Groenendal/IBS

A família Barreto está no local há mais de 70 anos. No registro, Gutemberg com seus pais em frente à casa da família. Fotos: Regina Groenendal/IBS

Visitar a Fazenda Engenho Mineiro, no município de Areia, no Brejo Paraibano, é como retornar ao passado. Logo na entrada, a estrutura de um engenho centenário impressiona pelas dimensões. Alguns metros acima, o casarão do início do século passado guarda a história da família Barreto que chegou ali há mais de 70 anos.

Apesar de ainda ser cultivada, a cana-de-açúcar deixou de ser exclusividade na propriedade há muitos anos. Ao lado do engenho, o curral apresenta a outra atividade desenvolvida: a pecuária leiteira. “Desde os tempos de meu avô, meu pai mexe com vaca de leite. Mas aqui na região faltam incentivos para a atividade. No passado, ele tentou organizar uma cooperativa, mas nenhuma tentativa vingou”, recorda o produtor Gutemberg Barreto.

Segundo Gutemberg, a família participou de alguns projetos de fomento à atividade leiteira, mas os resultados mais expressivos foram obtidos a partir de 2011 no Projeto de Desenvolvimento da Agroindústria do Leite e Derivados, na região do Brejo Paraibano. Desenvolvido pelo Sebrae da Paraíba, o projeto é executado pelo Instituto BioSistêmico (IBS) na região.

Com a orientação técnica do IBS, ele fez a seleção do rebanho com o objetivo de aumentar a produtividade. Descartou os animais que não contribuíam para essa meta e adquiriu vacas com o perfil mais adequado para os planos em andamento. Além da seleção dos melhores animais, o produtor tem investido em genética e, desde 2014, faz parte do CRIATF, programa de melhoramento genético do IBS que usa a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF).

A produção diária aumentou de 2,6 litros por vaca para 15 litros. Gutemberg passou a alimentar menos vacas e a produzir mais leite.

A produção diária aumentou de 2,6 litros por vaca para 15 litros.

Outra providência foi ajustar a nutrição para atender as necessidades específicas do rebanho. “Comecei com 30 vacas, um touro e com média diária de 2,6 litros por vaca. Após as consultorias, passei a alimentar uma quantidade menor de vacas e produzir mais leite. A produção diária aumentou para 15 litros por vaca e tenho hoje 8 vacas em lactação. Em setembro, terei mais 4 em lactação, em outubro mais 3 e em novembro atinjo os 95% em lactação com meta de 200 a 230 litros por dia. Até 2019, chego a 20 litros por vaca”, afirma.

Ele destaca também as possibilidades que o Rufião Móvel proporciona. “O exame de ultrassom nos possibilita a tomada de decisão com mais garantias, pois deixamos as hipóteses de lado para trabalharmos com informações mais precisas. Mantínhamos uma vaca que considerávamos que voltaria a dar leite, mas, com a visita do Rufião Móvel, descobrimos que ela não poderia mais produzir”, relata.

A partir do diagnóstico e das recomendações na consultoria com o Vaca Móvel, o produtor melhorou as condições de higiene na hora da ordenha, elevando a qualidade, além de fazer a adequação nutricional para ajustar o teor de gordura do leite. Ele reconhece que as mudanças não seriam possíveis sem a consultoria do Sebrae e do IBS que abriram as porteiras da Fazenda Engenho Mineiro para a inovação tecnológica.

Gutemberg destaca que as mudanças foram baseadas no tripé: gestão, tecnologia e genética. Atualmente, ele tem filhas de inseminação produzindo leite e sendo inseminadas com sêmen sexado de fêmea, o que ajuda a aumentar a qualidade do rebanho e consequentemente a produtividade por vaca.

“Passei a enxergar a atividade com outros olhos, de empresa rural que pode, sim, dar lucro com gestão, acompanhamento tecnológico e melhoramento genético. Desse modo, foi possível atingir as metas estabelecidas, mas sabendo que nada vem do dia para noite, sempre com muita dedicação e trabalho. Devo muito a essa parceria com o Sebrae e o IBS, pois foi com eles que passei por várias etapas até chegar aqui. E isso é só o começo, pois trabalharei para seguir em frente para chegar ainda mais longe”, adianta.

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