Blog

Leptospirose Bovina: elimine essa doença do seu rebanho

A vacinação contra a leptospirose deve ocorrer entre 4 a 6 meses de vida do bezerro (FONTE: IMA -2015)

A vacinação contra a leptospirose deve ocorrer entre 4 a 6 meses de vida do bezerro (FONTE: IMA -2015)

De considerável importância mundial, a Leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira. Está distribuída em todo o território nacional e acomete animais de produção tais como bovinos, suínos, equinos e muares ocasionando grandes perdas econômicas para qualquer atividade. A leptospirose bovina assume grande importância devido à frequência e considerável perda em produtividade com importantes prejuízos econômicos.

O principal responsável pela Leptospirose é o Rato?

Muitos pecuaristas colocam a culpa da leptospirose somente nos ratos. No entanto, esse roedor tem baixo impacto frente a um rebanho de bovinos infectados, uma vez que, a urina do bovino infectado é um ótimo meio de transmissão devido à grande quantidade liberada no ambiente e ao seu pH.

Há ainda o agravante de que mesmo após recuperação clínica, os animais podem eliminar as leptospiras através da urina por até um ano, podendo persistir no ambiente por bastante tempo, variando de acordo com as condições de umidade, temperatura e pH. A monta natural é outra importante via de transmissão nos bovinos, porém a inseminação que faz uso de sêmen com boa procedência apresenta transmissão mínima devido às exigências de atestado de sanidade do touro doador e da manipulação do ejaculado antes do envase.

Como a Leptospira se manifesta nos animais?

A leptospirose pode se manifestar em bovinos de três formas básicas. A forma aguda, na qual os animais, geralmente jovens, apresentam apenas febre, anorexia, hemoglobinúria (presença de hemoglobina na urina em excesso), podendo raramente ocorrer aborto. Também há a forma subclínica que ocorre principalmente em vacas não gestantes e não lactentes e, neste caso, não são observadas alterações nos animais que continua a eliminar a bactéria no ambiente. Por fim, existe a forma crônica (também conhecida como reprodutiva), quando a leptospirose é claramente observada no rebanho, se manifestando clinicamente através de abortos, geralmente ocorridos no terço final de gestação, distúrbios reprodutivos como retenção de placenta, natimortalidade ou nascimento de bezerros fracos, redução na produção de leite, aumento do intervalo entre partos e subfertilidade. As bactérias da leptospira podem acometer também a glândula mamária, causando mastite atípica, ocasionando diminuição na produção e presença de sangue no leite.

Leptospirose x Perdas econômicas

Todas as ocorrências da leptospirose podem ocasionar graves prejuízos produtivos à atividade e, consequentemente, graves perdas econômicas ao pecuarista. Há uma relação bastante importante entre a presença de Leptospirose no rebanho e a perda econômica devido às falhas reprodutivas (queda na produção de leite, abortamento e/ou infertilidade) culminando em aumento do intervalo entre partos e descarte involuntário.

Não quer perder dinheiro? Vacine seus animais contra a Leptospirose

A perda econômica é uma das principais preocupações dos pecuaristas. Desse modo, é fundamental que haja um plano bem estruturado de profilaxia da doença, e os melhores métodos são as medidas de higiene e a vacinação.

A vacinação deve ocorrer em bezerros entre 4 e 6 meses de vida, com reforços semestrais. É importante saber que diversos inquéritos sorológicos feitos no Brasil indicam a presença de seis espécies da Leptospirose predominantes (Leptospira Hardjo, L. Pomona, L. Wolfii, L. Canicola, L. Interohemorrhagie e L. Grippotyphosa). Os nomes realmente são complicados, mas é essencial que o pecuarista se atente a eles na hora da compra da vacina, que precisa ter em sua composição ao menos esses sorovares, garantindo maior eficácia na estratégia de controle.

Além da vacinação é importante que haja uma vigilância constante do rebanho, com a realização de testes sorológicos regulares mantendo histórico reprodutivo, e de vacinação, com observações contínuas das manifestações clínicas compatíveis com a doença.

Do ponto de vista de higiene é importante que se identifiquem quais são as fontes de infecção. Pequenas represas, lamaçais e áreas úmidas em geral são importantes fontes de transmissão, assim, na medida do possível, é importante que os animais sejam impedidos de ter contato com essas áreas.

A via de transmissão relacionada a urina de roedores deve instaurar o controle desses no mesmo ambiente, especialmente de armazenamento das sacarias, onde o risco de contaminação da ração é maior. Desse modo, a eliminação de ratos e armazenamento adequado dos alimentos são boas medidas profiláticas.

Meu animal foi diagnosticado com Leptospirose, o que fazer?

Em animais infectados, o tratamento é a medida mais eficaz e a primeira ação deve ser a consulta a um veterinário. O tratamento dos animais doentes irá controlar a eliminação de leptospiras na urina. O antibiótico mais frequentemente utilizado no tratamento da leptospirose é a estreptomicina e a penicilina alcançando resultados bastante satisfatórios.

Portanto amigo leitor, você sabe que a perda econômica é grande e está relacionada, principalmente, à falha reprodutiva. Desse modo, é importante que na sua propriedade exista um rígido controle profilático evitando a infestação do ambiente.

Cuide bem do seu rebanho e de seu ambiente e não tenha surpresas desagradáveis nos resultados reprodutivos de seus animais.

 

Referências

  1. Aspectos Clínicos da Leptospirose em Bovinos. REHAGRO. Disponível em: http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=1050. Acesso em: 20 de junho de 2016.
  1. Leptospirose Bovina – Programa Valeu Vallée. Portal de vídeos Vallée S.A. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=klWXyePJ_b0. Acesso em: 20 de Junho de 2016.
  1. Leptospirose bovina: epidemiologia, diagnóstico e controle. Portal BeefPoint. Disponível em: http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/sanidade/leptospirose-bovina-epidemiologia-diagnostico-e-controle-31116/ Acesso em: 20 de Junho de 2016.

Tópicos: , ,

Voltar ao topo