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Como iniciar um trabalho de melhoramento genético na busca de eficiência da fazenda?

Foto: Divulgação Prefeitura de Francisco Beltrão

Foto: Divulgação Prefeitura de Francisco Beltrão

Desde 2015, observamos que a economia brasileira tem sofrido uma forte retração, porém, o agronegócio seguiu um caminho contrário e vem se mantendo estável, colaborando para que essa retração não seja ainda maior. Neste cenário de sucesso do agronegócio, a pecuária desempenha importante papel, elevando o Brasil entre os líderes na exportação de carne e entre os grandes produtores mundiais de leite e derivados.

Apesar de todo o sucesso, a pecuária nacional ainda é caracterizada por baixa produtividade, ou seja, a produção não é realizada da maneira mais eficiente possível. E um dos principais gargalos para essa baixa produtividade é o fator genético. Na maioria dos casos, os animais utilizados na produção não são melhorados geneticamente, o que impede que a produção seja mais expressiva.

Este cenário está mudando, pois diversas fazendas estão intensificando suas ações na busca do melhoramento genético, garantindo animais melhorados e com maior eficiência produtiva (gerando também maior lucratividade). Desse modo, o pecuarista que deseja se manter ativo neste mercado precisa ponderar a possibilidade de melhorar seus animais, caso contrário, poderá enfrentar sérias dificuldades.

Promover o melhoramento genético do rebanho parece ser bastante complicado e trabalhoso, mas no decorrer do processo observam-se ganhos reprodutivos, produtivos e econômicos significativos, fazendo com que o melhoramento se torne uma rotina.

São diversas as ações que devem ser realizadas para promover a melhoria do rebanho do ponto de vista genético. Tais ações podem ser englobadas em quatro grandes premissas:

1ª – Reprodução

Há uma máxima dentro de qualquer programa de melhoramento genético que diz o seguinte: “Para ser eficiente, uma vaca precisa produzir e desmamar um bezerro pesado por ano”.

Foto: Portal BeefPoint

Foto: Portal BeefPoint

Portanto, para que o melhoramento genético do rebanho tenha eficiência, o pecuarista deve regular seu sistema para que os animais possam reproduzir. Entre as ações prioritárias, é necessário aprimorar todo o manejo reprodutivo dos animais por meio da adequação do escore de condição corporal das vacas, além de exames andrológicos e ginecológicos, de touros e vacas, respectivamente, controle de enfermidades, etc.

A adoção de biotecnologias da reprodução, o que inclui técnicas como a inseminação artificial, inseminação artificial por tempo fixo e transferência de embriões estão sendo cada vez mais utilizadas e visam maior velocidade do ganho genético e, principalmente, o maior controle reprodutivo dos animais, resultando em maiores taxas de prenhez. Neste contexto, laboratórios de melhoramento genético animal, como o IBSgen, são uma ótima opção na melhoria reprodutiva do rebanho. Portanto, se tiver interesse em controlar o manejo reprodutivo dos animais, busque uma equipe devidamente treinada.

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2ª – Correta coleta de dados

O principal objetivo do melhoramento genético é garantir que a geração seguinte seja melhor que a geração anterior, ou seja, a progênie tem de superar seus pais. Desse modo, é importante coletar o maior número possível de informações, pois quanto mais informação disponível, maior será a acurácia dos resultados genéticos. Entre estas informações a serem mensuradas, podemos citar o peso em diferentes idades, o perímetro escrotal de touros, a produção leiteira diária em vacas de leite, datas de nascimento, informações genealógicas, entre outras.

É imprescindível que estes dados sejam mensurados de maneira correta, ou seja, a balança deve estar devidamente tarada e regulada, os equipamentos de medida devem estar em bom estado, e as anotações devem ser realizadas de maneira correta nas planilhas de controle zootécnico. Além disso, deve-se priorizar o treinamento dos colaboradores, garantindo maior integridade das informações. Tais ações são importantes, pois dados enviados de maneira incorreta ou de maneira superestimada ao programa de melhoramento acarretarão em erros na avaliação genética.

É importante, dentro do melhoramento genético, que seja realizado os chamados grupos de manejo dentro da propriedade. Grupos de manejo são grupos de animais que são manejados juntos e submetidos às mesmas condições ambientais, nutricionais e sanitárias. Grupos de manejo bem moldados são a melhor garantia da validação das informações genéticas garantindo maior progresso genético.

3ª – Ingressar em programas de melhoramento

Com o maior controle do manejo reprodutivo dos animais e a correta coleta dos dados, é necessário que estas informações sejam inseridas em programas de seleção genética. Porém, é importante que sejam escolhidos programas sérios, com objetivos e critérios de seleção claros. Estes programas irão gerar relatórios da avaliação genética apresentando as DEPs (corte) e as PTAs (leite). Nesses relatórios, poderão ser observados os pontos positivos dos animais da propriedade e os pontos negativos que deverão ser melhorados com a seleção dos animais superiores.

4ª – Utilizar os resultados corretamente

Após ter as informações da avaliação genética em mãos, é necessário observar os resultados de maneira criteriosa, ou seja, precisamos saber como utilizar tais dados. A garantia do progresso genético não está nas avaliações genéticas, pois para que tenhamos uma evolução do nosso rebanho, precisamos usar estas informações na seleção dos melhores, e a partir de acasalamentos direcionados, é possível garantir o sucesso do aprimoramento das características desejáveis.

É fundamental ter em mente que o melhoramento genético não ocorre da noite para o dia. Trata-se de um processo lento e trabalhoso, mas, dentre todos os fatores que podem aumentar a produtividade, a reprodução de animais geneticamente superiores é o que garante maior impacto econômico dentro do sistema produtivo.

Referências Bibliográficas

1- Sem limites para o melhoramento genético. Reportagem Rural Centro. 2012, disponível em: http://reproduzir.ruralcentro.uol.com.br/noticias/genetica-bovina/6-sem-limites-para-o-melhoramento-genetico. Acesso em: 26 abril, 2016.

2- Figueiredo, L. G. G. Agentes de Melhoramento Genético e Lucratividade. ANCP- Ensino Online. 2015. Disponível em: http://www.ancp.org.br/producao-cientifica/36/ensino-online-agentes-melhoramento-gena-tico-e-lucratividade. Acesso em: 27 abril, 2016.

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